Em 2011, a organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras apelidou-o de "jornalista mais frequentemente detido".
O Parlamento Europeu deve opor-se às alegadas sentenças de morte aplicadas aos manifestantes no Irão, defendeu o ativista e jornalista Taghi Rahmani, em entrevista à euronews, em Bruxelas, na semana passada.
As manifestações começaram em setembro, após a morte de Mahsa Amini, jovem detida pela polícia que vigia o comportamento social, conhecida como "polícia de moralidade", tendo morrido no hospital de sérios ferimentos.
Organizações de direitos humanos do Irão e internacionais afirmaram que as autoridades iranianas estão a considerar aplicar pena de morte contra alguns manifestantes, numa tentativa de reprimir o movimento.
"O nosso povo protesta contra o despotismo, o monopólio e a tirania e apontam o dedo ao Sr. Khamenei, o líder da República Islâmica, que levou a nossa sociedade a condições económicas e sociais muito más com a sua tirania", disse Rahmani.
"O regime ainda não recuou, mas o povo também não desistiu, e isto é uma luta séria", acrescentou.
Rahmani apelou a "apoio real, prático e técnico" aos manifestantes iranianos por parte da comunidade internacional.
"Não queremos, certamente, uma guerra. Não somos a favor de uma guerra. Não queremos sanções que prejudiquem o povo, mas queremos apoio prático para a vitória do povo", afirmou o ativista.
Após a reunião de Rahmani com membros do Parlamento Europeu, a presidente Roberta Metsola afirmou, no Twitter: "Estamos com o povo do Irão e vamos ficar ao lado dele".
Um movimento diferente, que não vai ser travado?
Em 2011, a organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras apelidou Taghi Rahmani de "jornalista mais frequentemente detido". Contudo, é a sua mulher, a ativista Narges Mohammadi, que se encontra atualmente na prisão.
"Ela esteve na prisão durante sete anos, no passado e, desta vez, a pena é mais oito anos e meio. Apesar de estar na prisão, ela apoia estes protestos do povo iraniano", disse Rahmani.
O jornalista mencionou que vários ativistas dos direitos humanos e advogados continuam presos por delito de expressão, mas tem esperança de que caberá ao povo decidir o futuro do país.
"Se conseguirmos criar fraturas no núcleo central do poder, no centro do regime, esta será uma grande vitória para manter os protestos", disse.
"Sinto que é possível manter vivo este movimento, porque as pessoas têm energia para isso. O governo quer suprimi-lo, mas uma coisa é clara do meu ponto de vista: a sociedade iraniana não vai voltar ao ponto em que se encontrava antes dos protestos", concluiu.