Duas eurodeputadas gregas visadas pela Procuradoria-geral Europeia

Eva Kaili (esquerda) e Maria Spyraki (direita)
Eva Kaili (esquerda) e Maria Spyraki (direita) Direitos de autor European Union, 2022.
De  Sandor ZsirosJorge Liboreiro, Maria Psara
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Duas eurodeputadas gregas visadas pela Procuradoria-geral Europeia

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A procuradora-geral europeia, Laura Kövesi, solicitou o levantamento da imunidade de duas eurodeputadas gregas, na quinta-feira.

Trata-se da socialista Eva Kaili, já detida por suspeita de corrupção, e a social-democrata Maria Spyraki, por "suspeita de fraude lesiva do orçamento da União Europeia (UE), em relação à gestão do subsídio parlamentar".

"Com base num relatório de investigação recebido do Organismo Europeu de Luta Antifraude (OLAF), existe uma suspeita de fraude em detrimento do orçamento da UE, relativamente à gestão do subsídio parlamentar, e em particular no que diz respeito à remuneração dos Assistentes Parlamentares Credenciados", disse a procuradora numa breve declaração.

Eva Kaili, que era vice-presidente do Parlamento Europeu, é suspeita de ter recebido dinheiro para favorecer um governo do Golfo Pérsico, alegadamente o Qatar.

Já Maria Spyraki disse à euronews, que não tem nada a ver com esse escândalo e que não se importa de ver a imunidade levantada.

A eurodeputada admite que esteja em causa irregularidades com o salário de um ex-funcionário. "O assunto diz respeito ao subsídio de um antigo colega meu estrangeiro, que tinha um grave problema pessoal e que tinha algumas ausências da sala de ligação (do Parlamento Europeu). Não tenho nada a ver com o QatarGate e não tenho nada a ver com qualquer outro caso", disse Spyraki.

A porta-voz da Procuradora-Geral Europeia disse à euronews que o pedido de levantamento da imunidade faz parte de uma investigação separada da do escândalo.

"Não comentamos a nossa investigação e não podemos dizer nada sobre a investigação belga São duas investigações. Note-se que também estamos em contacto com o Ministério Público federal belga sobre a competência na investigação do Qatar", afirmou a porta-voz.

O Parlamento Europeu confirmou ter recebido os pedidos da procuradora-geral, que serão analisados pela Comissão de Assuntos Jurídicos.

"Devemos evitar confusões e ser muito claros: esta informação não está relacionada com o #Qatargate, mas sim com um inquérito separado conduzido pela Procuradoria-geral Europeia relativamente à gestão do subsídio parlamentar de dois eurodeputados", disse, no Twitter, Adrián Vázquez Lázara, o eurodeputado que preside a essa comissão.

Criada em Junho de 2021, a Procuradora-Geral Europeia é um gabinete independente responsável por investigar, processar e levar a julgamento crimes contra os interesses financeiros da UE, tais como fraude, branqueamento de capitais e corrupção.

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