Cluj-Napoca pensa o futuro do trabalho

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Cluj-Napoca pensa o futuro do trabalho
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De  Aurora Velez
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Cidade romena prepara-se para a realidade da automatização laboral

A cidade de Cluj-Napoca, no noroeste da Roménia, criou o projeto "Cluj Futuro do Trabalho", pensado para dar resposta aos desafios da automação laboral. 

A iniciativa europeia aposta em três eixos fundamentais: adaptação curricular, formação de empreendedorismo para criadores e ajuda aos bairros mais desfavorecidos

“Penso que a automatização precisa de ser vista como uma oportunidade e não como um risco. Podemos criar mais empregos contando com a nossa criatividade como humanos” sublinhou, em entrevista à Euronews, Ovidiu Cîmpeam, gestor de projeto da iniciativa.

Entre 2001 e 2019, Cluj-Napoca foi uma das cidades europeias com maior crescimento, de acordo com o Eurostat, o gabinete de estatísticas da União Europeia.

Mas para manter esse crescimento, a cidade percebeu que era preciso fazer a ponte entre o conhecimento e as tecnologias emergentes.

"Uma avaliação regional revela que o desempenho da economia local de Cluj-Napoca está bastante acima do desempenho geral do país. É um dos territórios da zona dos Balcãs com melhores resultados no seio da União Europeia, tanto em termos de PIB per capita como em termos de Valor Acrescentado Bruto."

Centro Regional de Excelência para as Indústrias Criativas

O Centro Regional de Excelência para as Indústrias Criativas (CEII) e os seus três laboratórios são a primeira alavanca deste polo de excelência.

Quase 240 alunos treinam aqui todos os dias, adaptando os seus currículos ao mercado e à automatização.

Teodora Cornea acaba de encontrar um emprego na gigante das tecnologias da informação IBM, graças a um programa de aprendizagem personalizado 4.0.

“Aprendi muitas coisas novas relacionadas com tecnologias emergentes como a realidade virtual, design 3D, desenvolvimento de jogos. Penso que no futuro teremos muitos empregos que envolvem engenharia e principalmente tecnologia e automatização”, referiu à Euronews a formanda.

O orçamento total do projeto “Cluj Futuro do Trabalho” é de 5,6 milhões de euros, 80% dos quais (4.429.450 euros) chegam através da política de coesão europeia. Os restantes 20% vêm de dez parceiros públicos e privados.

A indústria cultural e criativa é uma das forças motrizes em Cluj-Napoca, mas dos cerca de 2 mil formandos por ano neste setor, só 7% encontram emprego no ramo.

Anadora Lupo, uma escultora de metal, foi uma das artistas escolhidas de um grupo de 69 candidatos que beneficiou de apoios para o desenvolvimento do seu negócio, graças à componente do projeto “culturentrepreneurs.”

“Supriu, de alguma forma, a necessidade de saber mais sobre esta área, não só em termos de design ou da na nossa expertise, mas também a nível social e empresarial”, referiu à Euronews.

Inclusão

A inclusão socioprofissional é o terceiro eixo deste projeto, que pensa o emprego num horizonte de 20 anos.

A divisão social é visível em Cluj-Napoca. Ao redor de um lixão em Pata-Rât vivem cerca de 2500 pessoas.

Assegurar-lhes o mínimo é tarefa de Alex Fechete, intermediário do projeto junto desta comunidade cigana: “trouxemos para a comunidade dois contentores com chuveiros e também trouxemos internet, para que possam procurar emprego. Além disso, conseguimos trazer um autocarro durante seis meses. Então o acesso ao trabalho fica mais fácil.”

No bairro de lata há cerca de 10 pontos de internet sem fios gratuitos, um router e uma antena para chegar a toda a comunidade cigana que aqui se encontra.

Ao abrigo do projeto, foram entregues 350 títulos de transporte gratuitos para adultos da comunidade, de forma a facilitar o acesso dos habitantes de Pata-Rât ao mercado laboral regulado: 98% dos empregados usaram o autocarro para chegar ao trabalho.

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