Marrocos queixa-se de assédio da imprensa europeia

Nasser Bourita, ministro dos Negócios Estrangeiros marroquino
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De  Sandor ZsirosIsabel Marques da Silva
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Este país do Norte de África terá, alegadamente, tentado influenciar a tomada de decisões no Parlamento Europeu usando meios ilegais, à semelhança das suspeitas que recaem sob o Qatar.

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O escândalo de corrupção no Parlamento Europeu ensombrou a primeira visita do chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, quinta-feira, a Marrocos.

Este país do Norte de África terá, alegadamente, tentado influenciar a tomada de decisões no Parlamento Europeu usando meios ilegais, à semelhança das suspeitas que recaem sob o Qatar.

A justiça belga já solicitou o levantamento da imunidade do eurodeputado Andrea Cozzolino. O parlamentar italiano preside à delegação para as relações com a região do Magrebe, a que pertence Marrocos.

O governo de Rabat mostrou-se muito agastado e nega qualquer atuação ilegal: "Esta parceria enfrenta um assédio jurídico contínuo", disse Nasser Bourita, ministro dos Negócios Estrangeiros marroquino, em conferência de imprensa. 

"Esta parceria enfrenta repetidos ataques dos meios de comunicação social e nas instituições europeias. Em particular, no Parlamento, através de perguntas sobre Marrocos", acrescentou.

Na imprensa têm surgido alegações de que as autoridades de Marrocos poderão ter corrompido eurodeputados para influenciar os acordos de pesca com a UE e minimizar as condenações des violações dos direitos humanos no país.

Esperar pela investigação

Borrell, que é o Alto Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, admitiu que o tema foi alvo de debate com o seu homólogo e que está preocuopado com a situação, mas disse que primeiro é preciso esperar pelas conclusões da investigação.

"A posição da União Europeia é clara: não pode haver impunidade para a corrupção. Temos tolerância zero. Por isso, temos de esperar pelo resultado das investigações em curso pelas autoridades judiciais, que devem clarificar estes acontecimentos, e esperamos a plena cooperação de todos na investigação", afirmou.

No âmbito do diálogo que teve, o Alto Representante disse que há vontade recíproca de aprofundar o diálogo e a cooperação bilateral. Borrell também elogiou Marrocos por condenar as anexações ilegais da Rússia na Ucrânia.

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