"Estado da União": Covid-19 na China e nova presidência da UE

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De  Isabel Marques da Silva
Membros de um mecanismo europeu de resposta a crises recomendam testes à Covid-19 para todos os passageiros que viajam da China.
Membros de um mecanismo europeu de resposta a crises recomendam testes à Covid-19 para todos os passageiros que viajam da China.   -  Direitos de autor  Wayne Zhang/Copyright 2022 The AP. All rights reserved

Depois das férias, a atividade política está lentamente a regressar às instituições da União Europeia (UE). A pandemia volta a ser um tema central devido à China, onde surgiu um surto maciço de Covid-19 depois de levantadas as chamadas medidas "Zero casos de Covid".

Os 27 Estados-membros concordaram em "encorajar fortemente" todos os viajantes, independentemente da sua nacionalidade, a fazerem um teste antes de embarcar num voo a partir da China. A decisão, que não é juridicamente vinculativa, foi tomada por um mecanismo europeu de resposta a crises.

Esta foi também a semana em que a Suécia assumiu a presidência da UE. O rimeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, fez a sua primeira visita oficial a Paris, encontrando-se com o Presidente francês, Emmanuel Macron, e expôs os desafios para os próximos seis meses.

"A Suécia está a assumir a presidência numa altura em que a UE sofre múltiplas crises em paralelo. A invasão russa da Ucrânia é, evidentemente, a pior de todas, e uma vitória ucraniana é uma questão existencial para a Europa e para o mundo inteiro. Mas estamos também a enfrentar a crise energética, a crise climática, o aumento da inflação e a questão da competitividade europeia no longo prazo", disse o chefe de governo sueco.

A Suécia é um dos chamados países "frugais", avesso à ideia de maior flexibilidade na utilização de auxílios estatais ou da criação de um fundo comum de soberania da UE, a partir de dívida comum, proposto pela Comissão Europeia.

A euronews entrevistou Göran von Sydow, director do Instituto Sueco de Estudos de Política Europeia, sobre as expetativas para esta presidência, cujo início simbólico decorrerá, na semana que vem, em Kiruna, no Ártico, com uma reunião entre o governo e a Comissão Europeia.

"O ponto de partida sueco neste domínio é que devemos manter-nos fiéis às regras dos auxílios estatais. Não devemos avançar para um paradigma económico mais intervencionista do Estado. Mas é claro que isso é um pouco desafiante dada a resposta que muitos agentes estão agora a defender, nomeadamente uma resposta que seja parecida com a Lei de Redução da Inflação nos EUA e as políticas nela incluídas. Assim, para a Suécia, a sua tarefa será de navegar entre essas duas posições e de tentar orientar a agenda para algo mais parecido com o que são as preocupações tradicionais suecas", explicou Göran von Sydow.

(Veja a entrevista na íntegra em vídeo)