Marc Angel assumiu vice-presidência de Eva Kaili no Parlamento Europeu

Marc Angel é um eurodeputado luxemburguês socialista eleito em 2019 para o PE
Marc Angel é um eurodeputado luxemburguês socialista eleito em 2019 para o PE Direitos de autor European Union, 2022.
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De  Jorge LiboreiroIsabel Marques da Silva
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O luxemburguês derrotou a candidata do grupo de extrema-direita e a dos Verdes.

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Marc Angel foi eleito, quarta-feira, como um dos 14 vice-presidentes do Parlamento Europeu, preenchendo o lugar deixado vago pela grega Eva Kaili, exonerada, em dezembro, devido a um caso de corrupção. O eurodeputado socialista do Luxemburgo foi eleito para o cargo em 2019 e a sessão plenária em Estrasburgo (França) considerou que era  o melhor candidato para esta posição de confiança da presidente Roberta Metsola.

A detenção da socialista Eva Kaili desencadeou um processo sumário para a retirar do cargo a que chegou em janeiro de 2022. Como não há uma sentença, a eurodeputada mantém o seu salário e tem o estatuto de independente porque foi suspensa da bancada a que pertencia.

"Teria preferido ser vice-presidente noutras circunstâncias", disse Marc Angel, à Euronews, logo após a sua eleição.

"Mas também sinto que agora tenho uma grande responsabilidade juntamente com toda a mesa, juntamente com a Presidente deste Parlamento e todos os outros vice-presidentes. Todos temos de nos tornar campeões da transparência e campeões da anti-corrupção", acrescentou.

O Parlamento Europeu está agora a lutar para reforçar as regras de procedimento internas, reprimir a má conduta e restaurar a confiança perdida. Mas as organizações da sociedade civil já avisaram que o conjunto de reformas proposto é insuficiente e excessivamente dependente da auto-execução.

Grupo socialista em crise?

Desde as rusgas de dezembro, a bancada de centro-esquerda, oficialmente denominada socialistas e democratas, está sio escrutínio e o escândalo não deverá ficar por aqui. A justiça belga pediu o levantamento de imunidade do belga Marc Tarabella e do italiano Andrea Cozzolino, por causa do mesmo processo.

O ex-eurodeputado italiano socialista que esteve no Parlamento Europeu de 2004 a 2019, Pier Antonio Panzeri, agora em prisão preventiva, é considerado o líder do grupo e  assinou um acordo com o Ministério Público belga para partilhar detalhes "reveladores" do alegado esquema de dinheiro em troca de favores políticos.

"Aconteceu no nosso grupo". Mas não é que o nosso grupo seja de todo corrupto", disse Angel à euronews. "Fomos muito próativos desde o início, desde dezembro, quando esta horrível notícia chegou", acrescentou.

"Estamos também muito conscientes de que temos de fazer os trabalhos de casa", prosseguiu. "Não podemos pregar novas regras ao Parlamento e simplesmente não fazer nada no nosso grupo".

Angel foi eleito com 307 votos, derrotando a candidata do grupo de extrema-direita, Identidade e Democracia (italiana Annalisa Tardino, que obteve 185 votos) e a dos Verdes (francesa Gwendoline Delbos-Corfield, que recebeu 98 votos).

O legislador luxemburguês disse que centraria o seu trabalho nas "prioridades horizontais" com um marcado carácter social, tais como a luta contra a pobreza, os direitos da comunidade LGBTQ+, a igualdade de género e a proteção das minorias.

"É importante que os nossos cidadãos possam pagar as contas no final do mês. Não quero que nenhum cidadão esteja numa casa fria ou que escolha entre comer e ter aquecimento. Portanto, isto também é algo, como social-democrata, que me é muito caro. Não esqueço de onde venho: a social-democracia, onde os direitos humanos, a democracia, o Estado de direito são coisas muito importantes para mim", concluiu na entrevista à euronews.

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