A Associação Nacional da s Farmácias de Portugal confirma que a situação de acesso a medicamentos piorou no ultimo trimestre de 2022.
A União Europeia precisa de medidas para travar a atual escassez de medicamentos, sobretudo antibióticos - como a amoxicilina - e analgésicos para infeções respiratórias ligeiras, tais como ibuprofeno e paracetamol. A falta de medicamentos para a população pediátrica também causa preocupação.
A situação é séria em muitos Estados-membros, com as farmácias a terem dificuldade em repor stocks e os utentes a tentarem armazenar o máximo possível.
"As principais causas desta situação foram identificadas. São o acentuado aumento da procura devido a mais infeções respiratórias, juntamente com uma capacidade de produção insuficiente. Como estes produtos são autorizados a nível nacional, as autoridades competentes em cada Estado-membro já estão a pôr em prática medidas de mitigação", disse Stella Kyriakides, comissária Europeia para a Saúde, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França).
Mais xaropes e menos comprimidos
Entre essas medidas estão potenciar a venda de genéricos e outros medicamento similares aos que são mais escassos.
Em alguns países tentam-se novas formulações dos princípios ativos, tal como produzir mais xaropes para poder tratar as crianças.
"A disponibilidade de formulações pediátricas é geralmente inferior aos comprimidos habituais para engolir. Com as crianças sofrem muitas infeções, a pressão sobre a disponibilidade das formulações pediátricas é maior do que para as formulações para adultos", explicou, à euronews, Steffen Thirstrup , Director Médico da Agência Europeia do Medicamento.
A Associação Nacional das Farmácias de Portugal confirma que a situação de acesso a medicamentos piorou no ultimo trimestre de 2022. A Comissão Europeia pretende apresentar uma proposta legislativa em meados de março.
"Precisamos de diversificação. Evidentemente que seria útil que a Europa voltasse a ter a produção de algum material crítico, tais como ingredientes farmacêuticos ativos, por exemplo. Mas não podemos trazer de volta para a Europa a produção de todo o material que utilizamos para os medicamentos. Isso é irrealista e há desafios, incluindo o possível aumento do preço dos medicamentos na Europa por causa do respeito pelas leis ambientais e laborais, que não são necessariamente respeitadas noutros países", afirmou, à euronews, Ilaria Passarani, secretária-geral do Grupo Farmacêutico da União Europeia.
A inflação devido aos altos preços da energia e a crise das matérias-primas que vem desde o tempo da pandemia vão ser levados em conta na proposta da Comissão Europeia.