PM da Moldávia preocupada com ações da Rússia para minar estabilidade

Em entrevista à euronews, Natalia Gavrilița falou do impacto da guerra na Ucrânia
Em entrevista à euronews, Natalia Gavrilița falou do impacto da guerra na Ucrânia Direitos de autor Virginia Mayo/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
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De  Efi KoutsokostaIsabel Marques da Silva
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Natalia Gavrilița está preocupada com ações da Rússia para minar a estabilidade política e social desta antiga república soviética, sobretudo via cibercrime.

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Quase sete meses depois de a União Europeia (UE) ter concedido o estatuto de país candidato à Moldávia, a primeira-ministra, Natalia Gavrilița veio a Bruxelas, terça-feira, para o Conselho de Associação.

A Comissão Europeia promete145 milhões de euros de ajuda para enfrentar a dependência económica e energética que o país tem da Rússia.

Em entrevista à euronews, Natalia Gavrilița falou do impacto da guerra na Ucrânia: "Esperávamos um crescimento de 5% em 2022 e, em vez disso, assistimos a uma quebra do crescimento económico em 5,5%. Temos uma inflação muito elevada. Por exemplo, o preço do gás subiu sete vezes, o da electricidade triplicou. Embora tenhamos definido um programa de assistência social, as faturas que as pessoas estão a pagar aumentaram dramaticamente".

A chefe de governo está preocupada com ações da Rússia para minar a estabilidade política e social desta antiga república soviética, sobretudo via cibercrime.

"Estamos a observar elementos de guerra híbrida. Estamos a ver, por exemplo, forças pró-russas a tentar desestabilizar politicamente o país através de protestos em que pagam às pessoas para participar. Esses protestos diminuíram quando os oligarcas fugiram da Moldávia porque foram colocados nas listas de sanções e enfrentam restrições dos seus fluxos financeiros. Estamos a assistir a ataques cibernéticos. Em 2022, tivemos os maiores ataques cibernéticos da história do país, e enfrentamos ameaças de bombardeamentos", acrescentou.

Transnístria, região pró-russa

Outra fonte de preocupação é o conflito na Transnístria, região pró-russa que declarou independência em 1990, com a ajuda de Moscovo.

Consideramos a situação na região separatista da Transnístria frágil mas estável e sempre dissemos que a situação na Moldávia dependerá muito da evolução da guerra na Ucrânia.

Há tres decadas que o governo não controla essa região, entre o rio Dniester e a fronteira oriental da Moldávia com a Ucrânia.

A Transnístria não é reconhecida como um Estado soberano pela comunidade internacional, e nem mesmo pela Rússia, mas torna mais real um cenário de agressão e anexação.

"Consideramos a situação na região separatista da Transnístria frágil mas estável e sempre dissemos que a situação na Moldávia dependerá muito da evolução da guerra na Ucrânia. Vemos os corajosos ucranianos serem muito resistentes e lutarem pela segurança não só do seu país, mas também pela segurança da Moldávia e, em termos mais amplos, pelos valores que nós, como europeus, professamos", referiu Natalia Gavrilița.

A líder está, também, preocupada com o aumento da migração ilegal em que os grupos criminosos usam o país como rota de trânsito.

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