Agência Ferroviária da UE critica atrasos das autoridades gregas nas reformas

O primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, acompanhado de membros do seu governo visitou o local do acidente
O primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, acompanhado de membros do seu governo visitou o local do acidente Direitos de autor Dimtiris Papamitsos/AP
De  Efi KoutsokostaIsabel Marques da Silva
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A Comissão Europeia gastou 700 milhões de euros para a modernização do sistema ferroviário na Grécia desde 2014. Estão, agora, programados 130 milhões de euros no contexto do Plano de Recuperação e Resiliência.

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Além dos trabalhadores, também as autoridades da União Europeia (UE) criticam o governo da Grécia por não ter considerado uma prioridade colmatar os problemas no sistema ferroviário.

O acidente que recentemente causou 57 mortos e quase meia centena de feridos poderia ter sido evitado, disse à euronews o diretor executivo da Agência Ferroviária da UE, Josef Doppelbauer. O relatório de 2022 revelou um quadro sombrio no caso da Grécia.

"Nos últimos anos, vimos que a Grécia se classificava nas piores posições da lista. Tem um desempenho bastante baixo em termos de segurança, que se mede pelo número de acidentes fatais em comparação com a extensão da rede em quilómetros e o número de passageiros. Encontrámos também um problema com o organismo nacional de investigação porque nunca recebemos qualquer relatório de uma investigação", disse Josef Doppelbauer.

A Comissão Europeia gastou 700 milhões de euros para a modernização do sistema ferroviário na Grécia desde 2014. Estão, agora, programados 130 milhões de euros no contexto do Plano de Recuperação e Resiliência.

Sistema de segurança automática por implementar

Além disso, o governo grego deveria ter implementado o Sistema Europeu de Controlo Ferroviário desde 2020, na parte da rede onde ocorreu o acidente , o que nunca foi feito.

"É certamente problemático que o dinheiro não tenha sido gasto como planeado. E é também problemático que a entrada em funcionamento do sistema europeu de gestão do tráfego ferroviário tenha sido adiada para 2023", referiu o diretor executivo .

Não sabemos qual foi a verdadeira causa do acidente. Mas tais sistemas existem para reduzir o risco de erro humano e fazem-no dramaticamente. Portanto, se o sistema estivesse em funcionamento, a possibilidade de erro humano teria sido drasticamente reduzida.
Josef Doppelbauer
Diretor-executivo da Agência Ferroviária da UE

O governo de Atenas abriu uma investigação ao acidente. O chefe de estação ferroviária de Larissa foi detido e acusado de homicídio por negligêcia.

Contudo, poderia este "erro humano" ter sido evitado se o sistema automático tivesse sido posto em prática como inicialmente previsto?

"Não sabemos qual foi a verdadeira causa do acidente. Mas tais sistemas existem para reduzir o risco de erro humano e fazem-no dramaticamente. Portanto, se o sistema estivesse em funcionamento, a possibilidade de erro humano teria sido drasticamente reduzida", explicou Josef Doppelbauer.

O  diretor executivo da Agência Ferroviária da UE e outros peritos da Comissão Europeia irão em missão à Grécia para obter mais informações sobre este caso e rever as medidas necessárias para rapidamente melhorar a segurança.

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