Presidente da Lituânia critica papel da China na guerra na Ucrânia

O presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, discursou no Parlamento Europeu
O presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, discursou no Parlamento Europeu Direitos de autor Jean-Francois Badias/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
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De  Efi KoutsokostaIsabel Marques da Silva
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A via diplomática para chegar a um cessar-fogo parece estar ainda muito longe de ser uma possibilidade, segundo o líder desta ex-republica soviética, que entrou na União Europeia em 2004.

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O presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, é muito crítico sobre a proximidade entre a China e a Rússia e disse à euronews que o governo de Pequim tem um papel importante a desempenhar na guerra na Ucrânia, se deixar de apoiar o regime de Vladimir Putin.

"Infelizmente, vejo que o objetivo da China é continuar esta guerra, para a tornar ainda mais sangrenta. Estamos numa situação tal em que a China está, de forma mais ou menos oculta, a apoiar a Rússia", explicou  numa entrevista, depois de ter feito uma intervenção na sessão plenária do Parlamento Europeu, terça-feira, em Estrasburgo (França).

"É muito difícil acreditar que a China poderá desempenhar o papel de mediador entre os dois países. Se o fizesse, deveria ser pelo menos neutro. Eu poderia imaginar tal estatuto. Mas agora não vejo possibilidade de isso acontecer. Penso que a China tem de avaliar o que quer alcançar nesta guerra. Até agora, a minha avaliação do papel da China é que é mais destrutivo do que construtivo", acrescentou.

Têm sido avançadas notícias sobre a visita iminente do Presidente chinês, Xi Jinping, à Rússia, para discutir perspetivas para a paz.

Sanções ao setor nuclear

Os russos estão a ameaçar todos na Europa com uma catástrofe nuclear. Mas devido a alguns interesses, devido a abordagens individuais de cada país, não somos capazes de tomar a decisão a este respeito.
Gitanas Nauseda
Presidente da Lituânia

Em relação às sanções contra a Rússia, o presidente lituano considera que causaram grandes danos para a economia russa, mas pede aos governos da União Europeia para irem mais longe e alargarem a lista ao setor nuclear.

"Vejamos o 10º pacote de sanções. Poderia ter sido mais forte. Fizemos a sugestão de incluir a Rosatom, tanto a empresa como os membros do conselho de administração. Sabemos o que está a acontecer na central nuclear de Zaporíjia. Os russos estão a ameaçar todos na Europa com uma catástrofe nuclear. Mas devido a alguns interesses, devido a abordagens individuais de cada país, não somos capazes de tomar a decisão a este respeito", alertou.

O presidente nauseda está, também, a favor da entrega de todo o tipo de armas à Ucrânia, incluindo aviões de combate, e diz que tal deve ser feito o mais rapidamente possível, porque é a melhor forma de evitar mais perda de vidas e destruição de infra-estruturas.

"Estamos a entrar na fase crítica desta guerra. E é muito importante continuarmos a ser determinados. A Rússia é determinada e capaz de concentrar todos os seus recursos porque não é um país democrático e não se importa de ignorar as necessidades da sociedade a outros níveis, tanto social como económico. Está a concentrar os seus esforços apenas para impulsionar a indústria de defesa. Mas nós podemos fazer o mesmo. Devemos fazer o mesmo", afirmou.

A via diplomática para chegar a um cessar-fogo parece estar ainda muito longe de ser uma possibilidade, segundo o líder desta ex-republica soviética, que entrou na União Europeia em 2004.

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