Foro Económico do Mundo Islâmico defende desenvolvimento e tolerância

Foro Económico do Mundo Islâmico defende desenvolvimento e tolerância
De  Euronews
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O Cazaquistão acolheu o 7.° Foro Económico do Mundo Islâmico. Deixar de lado extremismos e apostar no desenvolvimento económico do mundo islâmico é a mensagem saída deste Foro.

O Cazaquistão aposta cada vez na sua imagem. Este país da Ásia Central tem como objetivo desempenhar um papel cada vez mais importante no mundo islâmico – e na comunidade internacional em geral.

De olhos postos na presidência da Organização da Conferência Islâmica, Astana acabou de acolher o Foro Económico do Mundo Islâmico.

O país orgulha-se da sua tolerância religiosa e do seu crescimento económico, ímpar no mundo islâmico – e não só: Em 20 anos, a economia cazaque foi multiplicada por doze.

Um progresso que Yerzhan Kazykhanov, ministro cazaque dos Negócios Estrangeiros, gostaria que servisse de exemplo para outros países muçulmanos: “As vozes dos países moderados – daqueles que podem concentrar-se no desenvolvimento económico, na melhoria dos padrões e das condições de vida dos seus povos, dos seus cidadãos -, essas vozes têm de ser fortes, de ser mais fortes do que as que defendem ambições extremistas.”

O Foro Económico do Mundo Islâmico pretende ser uma plataforma para todos os que, no mundo islâmico, apostam na economia de mercado, associada a uma sociedade civil tolerante e baseada em princípios democráticos.

Os extremismos não são bons para os negócios, defende o presidente do Foro, o malaio Tun Musa Itam: “Insisto para que, no Foro, as nossas discussões não se prendam com políticas, ideologias, religiões ou espiritualismos. Se alguém quer discutir esses temas, vá para outro sítio. Quem está connosco deve limitar-se a falar de desenvolvimento.”

O próprio presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev, surpreendeu a audiência do Foro ao criticar fortemente um certo conservadorismo do mundo muçulmano. Quais são as universidades de países muçulmanos no top 100 internacional? Quais são os prémios Nobel islâmicos? Onde está a investigação e desenvolvimento dos países muçulmanos? Perguntas retóricas para mostrar que os países islâmicos precisam de modernizar o Islão, a bem do próprio povo.

Uma das formas de modernização do mundo muçulmano é através das mulheres, a quem as empresárias do mundo islâmico apelam para que sejam mais assertivas e mais competitivas – nos negócios como na própria sociedade.

Afinal, nenhum país pode ter sucesso se impedir o desenvolvimento e a criatividade de metade da sua população, defende Shahrizat Abdul Jalil, ministra malaia das Mulheres: “Se olharmos para o progresso de muitos países muçulmanos, vemos que ele depende do governo, dos líderes e do povo. Se decidirmos dar poder às mulheres, então o Islão é uma ferramenta fantástica; mas se decidirmos que não lhes damos poder, então a religião pode ser usada como um obstáculo.”

Da perspetiva europeia, todos temos a ganhar com um mundo islâmico mais aberto e mais tolerante, defende Wim Kok. O antigo primeiro-ministro holandês é o atual presidente do Clube de Madrid, uma organização que reúne ex-chefes de Estado e de governo e visa fortalecer as instituições democráticas. “A melhor maneira de avançar é através do diálogo, do interesse no outro e do benefício mútuo da cooperação. Vivemos numa sociedade global interconectada e ninguém pode dar-se ao luxo de fazer tudo sozinho. Precisamos de unir esforços e de nos compreendermos uns aos outros – que isso nos agrade ou não. E a mim, agrada-me!” – afirma Wim Kok.

Como as discussões em Astana o demonstraram, as sociedades muçulmanas têm instrumentos – como o sistema bancário islâmico – que lhes permite avançar. E os participantes do Foro Económico do Mundo Islâmico destacaram um ponto: não querem deixar o futuro deste século XXI nas mãos dos Estados Unidos, da China e da Índia. Por isso, estão determinados a investir fortemente na modernização e dizem não haver lugar para extremismos políticos ou religiosos.

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