O sonho "verde" da Exposição Mundial de Yeosu

O sonho "verde" da Exposição Mundial de Yeosu
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De  Euronews
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O som do Vox Maris, o potente órgão de tubos que consta do Livro de Recordes do Guiness, está prestes a dar as boas-vindas aos visitantes da Exposição Mundial de Yeosu, na Coreia do Sul.

A poucas semanas da abertura oficial, ultimam-se os preparativos na aldeia da “Expo”. Sob o lema, “Por Oceanos e Costas vivas”, os organizadores da exposição fizeram os possíveis para minimizar o impacto ambiental.

Um antigo silo de cimento foi convertido num sistema de dessalinização de água do mar. Na capacidade máxima, fornece 12 toneladas diárias de água própria para consumo, o suficiente para cerca de seis mil pessoas.

“O objetivo desta exposição é apresentar uma solução para os problemas atuais, usando tecnologia do futuro. A escassez de água é um problema bastante grave. Ao apresentar um sistema como este queremos enviar ao mundo a mensagem de que podemos encontrar soluções para os nossos problemas nos oceanos”, diz Yang Honjju, responsável do projeto Sky Tower.

O Pavilhão da Coreia é o primeiro do mundo a funcionar a energia de hidrogénio, praticamente a 100%, com zero emissões de CO2. Até agora, máquinas como esta eram usadas apenas em veículos a motor. No futuro poderão mudar radicalmente a forma de produção de energia.

“A partir do momento que conseguirmos extrair hidrogénio diretamente a partir da água, todas as famílias poderão usar esta eletricidade para os carros e para aquilo que precisarem. Só depois, dentro de 15 a 20 anos, é que um sistema como este será economicamente viável”, explica Mo Goang-Jong, engenheiro-chefe do Pavilhão da Coreia.

Se a questão é poupar energia, como é possível não mencionar os transportes? Para circular no recinto da “Expo”, existe um autocarro elétrico, mas este está munido de um sistema de carga bastante específico.

As bobinas de metal inseridas na estrada fornecem energia elétrica às bobinas na parte inferior do veículo. Desta forma, as baterias são carregadas automaticamente e sem fios, sempre que o autocarro para num segmento e até mesmo quando está a circular.

Não é preciso perder horas a fio para recarregar, assim como não são necessárias baterias extra.

Esta Exposição Mundial pretende dotar a cidade das condições necessárias para um futuro mais ecológico, mais em harmonia com o ambiente marinho. Mas atualmente, Yeosu continua a exibir as marcas de um pesado desenvolvimento industrial.

A cidade alberga um dos complexos petroquímicos mais importantes da Coreia do Sul, com mais de 30 mil empregados. 35% do petróleo refinado consumido no país sai daqui.

Noh Jin Gwan, responsável de planeamento para a “Expo 2012” Yeosu Coreia diz: “É verdade que o complexo industrial é essencial para a economia da região, mas também é verdade que teve um impacto negativo a nível ambiental.”

A Exposição Mundial é uma oportunidade para os organizadores promoverem a herança natural desta área, de forma a atrair turistas.

“No que diz respeito ao turismo, os sul coreanos acreditam que a melhor região é a que está à volta da capital. Mas depois da ‘Expo’, estou certo de que também a costa sul, com a cidade de Yeosu como epicentro, se vai converter numa alternativa real”, diz Cho Yong-Hwan, responsável de Relações Públicas para a Expo 2012 em Yeosu, na Coreia do Sul.

Não se pouparam esforços para melhorar a qualidade das águas costeiras, através da dragagem e limpeza do porto. Os organizadores garantem que agora a água está muito mais limpa do que antes. Mas os ambientalistas dizem que se pode fazer mais.

Os ativistas queixam-se que apenas pouco mais de 4% da energia fornecida à aldeia da “Expo” é renovável, mas os habitantes de Yeosu preferem pensar nesta exposição como uma oportunidade para um novo e mais limpo desenvolvimento, que vai mudar a cidade para melhor.

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