Todos os anos, perdem-se 60 mil empregos na Europa, simplesmente porque os empresários não estão bem preparados para a transmissão da empresa.
Pôr tudo em ordem para que essa transmissão se faça nas melhores condições é algo que faz parte da cultura empresarial na Finlândia.
Oliwer Campbell tem quarenta anos e é o presidente de uma empresa fundada nos anos 30 pelo avô, retomada há 20 anos pelo pai e dirigida por ele há dois anos.
É um desafio para Oliwer, que sempre trabalhou na empresa, mas tem agora de enfrentar novas responsabilidades: “A parte emocional é talvez a mais forte. É um desafio que temos de enfrentar face a face. Depois de ultrapassarmos isso, tornamo-nos pessoas mais fortes, o que é uma grande ajuda”.
Prova de que a transmissão da empresa se fez bem, nos últimos dez anos o volume de negócios multiplicou-se por dez e foram criados vinte empregos.
Oliwer preparou-se com uma dezena de sessões de formação em estratégias de gestão, durante os três anos antes da transmissão das rédeas da empresa: “Ajuda muito. Partilhar os pensamentos, ideias e questões, obter as respostas e percebermos que não estamos sós, encontrar empresas familiares que querem transmitir o negócio à geração seguinte é algo que nos toca a todos. Tem muito a ver com o trabalho em rede. Conhecer as pessoas, provavelmente fazer negócios com elas e arranjar amigos para a vida, dos quais temos o apoio que queremos”, explica.
Para levar a cabo o projeto, Oliwer recorreu a uma associação que agrupa 400 empresas familiares finlandesas. Aqui, propõem programas para ajudar os futuros dirigentes ou proprietários. Tomar conta de uma empresa tem custos, mas obriga também a um certo estado de espírito que é preciso adquirir
Krista Elo-Pärssinen, da associação, enumera os ensinamentos que são dados: “O que é dirigir uma empresa familiar, o que é trabalhar com o pessoal e com os outros acionistas e também como é possível ter uma nova visão do negócio de família”.
Para Oliwer Campbell, as chaves para o sucesso são simples: “ Ter a certeza de saber em que me estou a meter, não ter medo de fazer perguntas aos outros se precisar de ajuda e saber que quanto mais cedo se começa a preparar a transição, melhor”.