Cimeira Wish: Repensar a saúde mundial

Cimeira Wish: Repensar a saúde mundial
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As mais recentes inovações, em termos de investigação sobre saúde, foram analisadas à lupa, durante dois dias, na segunda edição de WISH Cimeira

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As mais recentes inovações, em termos de investigação sobre saúde, foram analisadas à lupa, durante dois dias, na segunda edição de WISH Cimeira Mundial da Inovação para a Saúde, em Doha. O encontro reúniu peritos e responsáveis ​​políticos, de 80 países, e aborda alguns dos mais grave problemas relativos à saúde no mundo, procurando soluções que possam ajudar a revolucionar o futuro dos cuidados globais de saúde:

“O propósito do WISH não se alcança em dois dias, o importante é o que acontece depois, compreender quantas pessoas fixaram as ideias discutidas, as levaram para casa e as implementaram em benefício do paciente”, explica o Lord Darzi de Denham, Presidente executivo da WISH.

Os cuidados prestados nos casos de cancro foi um dos principais temas em debate. A doença é uma das três maiores áreas de despesa médica.

Prevê-se que o número de novos casos de cancro aumente de 13,3 milhões, em 2010, para 21,5 milhões em 2030, segundo um estudo da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, em parceria com o Fórum Económico Mundial:

“Talvez haja verbas mal aplicadas, no que diz respeito ao tratamento do cancro, há um problema de diagnóstico e tratamento excessivo, por isso, acreditamos que a sistematização vai ajudar a resolver esses problemas, vamos ter um resultado muito melhor, vai ser melhor para os pacientes e vai economizar dinheiro”, adianta Robert Thomas, o Chefe do Serviço, australiano, de Aconselhamento sobre o Cancro.

Outra área que cria preocupação é a da diabetes e o aumento de casos, em todo o mundo, causado pela modificação dos estilos de vida ocidentais, principalmente, os urbanos. Enquanto não há cura para a doença, especialistas dizem que a prevenção é a prioridade:

“Precisamos melhorar os cuidados relativos aos diabéticos. Como já referi, sabermos o que fazer a esse respeito, é apenas uma questão de organização dos sistemas de saúde.

Precisamos de ser capazes de educar as pessoas para compreenderem o que aumenta o risco de desenvolver diabetes ou, se têm diabetes mas não foi diagnosticado, e o que podem fazer para conseguirem esse diagóstico. A terceira coisa é impedir as pessoas de desenvolverem a diabetes”, diz Stephen Colagiuri, Professor de saúde metabólica na Universidade de Sydney.

As doenças crónicas fazem, cada vez mais, parte da vida das populações. Na cimeira tentou-se também discutir as formas de melhorar o ritmo estabelecido pelas entidades internacionais, entre elas a Organização Mundial de Saúde, no sentido de uma cobertura de saúde universal. Com mais de mil milhões de pessoas sem acesso a cuidados básicos de saúde, os líderes aqui presentes concordaram na importância da prestação de serviços de saúde, de qualidade, a nível mundial:

“Deve haver uma fonte única e central de financiamento, existem várias maneiras de o fazer. Através dos impostos, do Serviço Nacional de Saúde, os sistemas estatais de saúde, essas são alguma formas. Podem ser obrigatórios os seguros de saúde, através de um sistema social, que pode ser administrado por diferentes entidades. O importante é não deixar ninguém de fora, todos têm de estar incluídos”, refere Donald M Berwick, Presidente emérito do Instituto, dos Estados Unidos da América, para a Melhoria dos Cuidados de Saúde.

“Os contribuintes não podem pagar, indefinidamente, os cuidados de saúde principalmente quando é possível chegar aos 95 anos de idade, ou mesmo aos 110. As pessoas vivem mais tempo se não trabalharem, do que a trabalhar, por isso, a única maneira de dar uma assistência de saúde às pessoas, sustentável, é fazendo com que todas paguem uma pequena quantia de dinheiro, todos os meses, para o seu sistema de saúde”, explica Devi Shetty, Presidente e fundador do grupo de saúde Narayana Hrudayalaya.

Para além destes debates, na cimeira deu-se também a oportunidade a empresários e jovens criadores de mostrarem o seu trabalho em termos de dispositivos, modelos de negócio e soluções de design inovadores:

“Uma mão robótica é uma forma de substituição de um membro superior mas é, apenas, um dos muitos exemplos nesta cimeira onde há lugar para as inovações médicas que visam reduzir custos e melhorar a qualidade da assistência médica. Ideias que muitos esperam possam ajudar a transformar o estado da saúde global”, adianta Maha Barada, a correspondente da euronews no encontro.

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