O veneno que cura

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Seja uma cascavel ou outro animal venenoso, a verdade é que podem ajudar a curar-nos. O mesmo veneno que nos pode matar é igualmente suscetível de

Seja uma cascavel ou outro animal venenoso, a verdade é que podem ajudar a curar-nos. O mesmo veneno que nos pode matar é igualmente suscetível de tratar doenças cardiovasculares, alergias, obesidade e diabetes.

O Alpha Biotoxine é um laboratório belga que acolhe cerca de 200 espécies extremamente venenosas, para recolher toxinas e testar novos medicamentos. O diretor, Rudy Fourmy, salienta que “a investigação científica está, hoje em dia, a tentar identificar nos venenos substâncias cujos efeitos tóxicos podem ser transformados para fins terapêuticos.”

Este é o conceito por detrás do consórcio europeu Venomics, que recorre à espetometria de massa para identificar os péptidos, a combinação molecular das pequenas proteínas presentes nas toxinas. Já se registaram 4 mil novas classificações.

A etapa seguinte consiste num complexo processo de sintetização. O método é reproduzido com vista à criação de uma base de dados com a sequenciação de 50 mil péptidos de venenos. Gilles Mourier, do centro francês de investigação CEA Saclay, aponta que “no final da sintetização obtém-se uma resina. Esta resina é tratada de forma a gerar a toxina que pretendemos testar.”

Fearless #Futuris crew report on how venomous species could help treat #diabetes or #allergies. Soon on euronews</a> <a href="https://t.co/dTLu0zCuO2">pic.twitter.com/dTLu0zCuO2</a></p>— euronews knowledge (euronewsknwldge) January 6, 2016

Nicolas Gilles, do mesmo centro, explica que se estudam “recetores implicados em doenças como alergias, diabetes ou obesidade, porque são áreas onde há falhas a nível de tratamentos. A descoberta e classificação das substâncias costuma durar 2,3 anos. Depois são necessários 10 a 15 para as desenvolver antes de entrarem no mercado.”

Se os benefícios que as criaturas venenosas podem trazer-nos vão ou não mudar a nossa perceção sobre elas, é toda uma outra questão. Segundo Rudy Fourmy, “a maior parte destes animais é ameaçada pela caça ilegal, os ecossistemas onde vivem estão a ser destruídos. Se provarmos que nos podem ser muito úteis, talvez passemos a ter outro cuidado, até para proteger o nosso futuro.”

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