Se há vida na Terra, porque não em Marte?

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De  Euronews
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A Euronews esteve em Huelva, onde conheceu o Rio Tinto, cujas margens e sedimentos se parecem em todos os aspetos aos do Planeta Vermelho.

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Um grupo de cientistas procura sinais de vida noutros planetas do nosso sistema solar. E fazem-no com a recolha de amostras dos lugares mais inesperados.

A Euronews veio até à província de Huelva, Comunidade Autónoma da Andaluzia. Explorámos o fantástico Rio Tinto.

Um rio cujas margens poderiam ser utilizadas num filme de ficção científica. Os sedimentos avermelhados recordam o Planeta Marte, porque o tipo de minerais que encontramos são os mesmos que encontramos no chamado Planeta Vermelho.

Para quem entende de Geoquímica e de Mineralogia, Marte é como a Terra.

Há vida no Rio Tinto

Há cerca de três dêcadas que grupos de cientistas estudam o Rio Tinto. As poucas formas de vida existentes nestas águas alcalinas interessam aos investigadores.

A água é muito ácida. Tem um PH de 2.3. E o oxigénio é mais reduzido nas zonas mais profundas. Porque os sedimentos do rio são completamente anóxicos.

Mas há vida no Rio Tinto. Os investigadores encontraram óxido de ferro e ácido sulfúrico, produzidos por formas de vida que se alojam nas zonas rochosas. São pequenos organismos unicelulares que se alimentam de sedimentos minerais.

Vivem na escuridão total. O que significa que estas formas de vida não precisam de luz para sobreviver. E vivem no que podemos descrever como um ambiente oligrotrófico, ou seja, demasiado pobre em nutrientes para que pudessem sobreviver. No entanto, os estudos que têm sido feitos ao longo dos anos revelam que há vida lá no fundo das águas do Rio Tinto.

As amostras recolhidas no Rio Tinto são analizadas no Centro de Astrobiologia, em Torrejón de Ardoz, Comunidade de Madrid.

As amostras são utilizadas para investigar a possibilidade de vida em planetas como Marte e é desenvolvida tecnologia para detetar essas possíveis forma de vida.

Lua Europa, outro dos objetivos

Mas nem só de Marte vivem os projetos do grupo de cientistas espanhóis. A lua Europa, do Planeta Júpiter, é outro dos objetivos dos investigadores.

Dentro de uma década, será lançada a JUICE, uma iniciativa da Agência Espacial Europeia. Uma missão aguardada com muita expectativa.

A missão da JUICE é explorar todas as luas de Júpiter, a começar pala lua Calisto, seguindo depois para Ganymede e, finalmente, para a lua Europa. As três luas contêm uma grande proporção de gelo e pode ser que existam oceanos por baixo das camadas. 

A ideia é entender como são essas luas. Há pistas que nos intrigam e que nos indicam que poderiam ser lugares muito mais interessantes para a vida do que pensávamos até há pouco tempo.

Se há vida na Terra, porque não em Marte?

A Agência Espacial Europeia detetou a presença de metano e etano líquidos à superfície da lua Titã, de Saturno. Desde então, Titã tornou-se em mais um foco das investigações do Centro de Astrobiologia.

A atmosfera da lua de Titã tem grandes quantidades de metano. E de onde vem? Uma das teorias mais loucas diz que tem origem em grandes quantidades de bactérias que existem debaixo da superfície lunar. São elas quem produz o metano que predomina na atmosfera de Titã.

Mas os cientistas não acreditam que exista vida inteligente fora do nosso sistema solar, nem extraterrestes, nem mesmo insetos ou plantas.

Apenas microosganismos, como os que existem no rio Tinto, em Huelva.

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As descobertas feitas no Rio Tinto transformaram a Astrobiologia. Há uma década, poucos acreditavam em qualquer forma de vida fora da Terra. Agora, muitos são os que preguntam: se há vida na Terra, porque não haveria vida em Marte?

Uma pergunta cuja resposta poderá surgir em breve.

A missão conjunta da Agência Espacial Europeia e da Roscosmos russa terá lugar em Marte. Será a primeira vez que se procura formas de vida no subsolo do Planeta Vermelho.

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