Projeto europeu testa jogo de vídeo para ajudar doentes de Parkinson

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Portugal participa num projeto europeu que está a desenvolver novas ferramentas para faciltar o diagnóstico precoce da doença de Parkinson e melhorar o tratamento da doença.

Um projeto de investigação europeu está a desenvolver novas ferramentas para melhorar o tratamento e faciltar o diagnóstico precoce da doença de Parkinson.

As novas ferramentas, que incluem jogos de vídeo, estão a ser testadas por um grupo de voluntários, no norte da Grécia. A euronews falou com Ermioni Zervoudaki, professora de alemão, a quem foi diagnosticada a doença de Parkinson aos 49 anos.

"Agora, preciso de mais tempo para organizar as atividades de rotina. Por exemplo, quando vou às compras, preciso de mais tempo. Por isso não vou ao supermercado nas horas de ponta porque coloco as compras no saco lentamente e não quer sentir stress. Levo mais tempo a preparar-me para ir trabalhar, para me vestir e maquilhar. Preciso de mais tempo para todas as atividades, incluindo cozinhar", contou a voluntária.

Universidade de Lisboa participa no projeto Prognosis

A Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa é uma das instituições envolvidas neste projeto europeu. "A nossa convicção é que através de pelo menos 30 minutos por dia, durante a semana, um paciente que faça uma diversidade de jogos, três ou quatro jogos, consoante o que o médico prescreveu, consiga ou melhorar os seus sintomas ou então ficar onde está ao nível do Parkinson, explicou Sofia Balula Dias, investigadora da Faculdade de Motricidade Humana, da Universidade de Lisboa.

Sofia Balula Dias, investigadora da Faculdade de Motricidade Humana, da Universidade de Lisboa.

Jogos concebidos para a doença de Parkinson

Os jogos de vídeo desenvolvidos no âmbito do projeto europeu Prognosis foram concebidos para ajudar os pacientes a recuperar a tensão muscular, melhorar a forma física em geral e evitar a depressão. "Estes exercícios e jogos de computador podem ser eficazes porque foram feitos especialmente para esta doença e podem ser adaptados às necessidades de cada paciente", acrescentou Sevasti Bostantjopolou, professora de neurologia na Universidade Aristóteles de Salónica.

O uso da inteligência Artificial para recolher dados

Um dos objetivos dos investigadores é melhorar o diagnóstico precoce da doença de Parkinson graças a tecnologias não invasivas ligadas à internet. Dados fundamentais sobre o estado de saúde dos pacientes poderiam ser recolhidos, por exemplo, através de um telemóvel ou de um relógio inteligente.

"Estamos a testar ferramentas de inteligência artificial em vários utilizadores, pessoas saudáveis e doentes de Parkinson. A aplicação ajuda-nos a recolher dados importantes durante todo o ano, o que nos permite identificar mudanças importantes nos voluntários. Pode ajudar-nos a determinar os padrões que podem ser úteis para um diagnóstico precoce da doença", afirmou Dimitrios Iakovakis, engenheiro informático da Universidade Aristóteles de Salónica.

O sistema foi concebido para identificar pequenos tremores, lentidão dos movimentos, degradação da voz ou expressões faciais associadas à doença de Parkinson. "Estamos muito otimistas. Após três anos de investigação e desenvolvimento, atingimos uma taxa de exatidão de 82%-85% ao nível do diagnóstico precoce. Agora é preciso alargar a nossa base de pacientes para ter mais datas. É o nosso objetivo para os próximos anos", concluiu Leontios Hadjileontiadis, coordenador do projeto europeu Prognosis e professor de Engenharia Informática da Universidade Aristóteles de Salónica.

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