A saga da Europa: Jovens, instruídos e desempregados

Em parceria com The European Commission
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De  Efi KoutsokostaFanny Gauret, Ricardo Borges de Carvalho
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Os jovens de hoje dizem que é cada vez mais díficil encontrar um emprego decente e estável. A UE oferece formação ou emprego nos 4 meses seguintes ao fim dos estudos ou desemprego, mas será suficiente? A resposta nesta edição de Real Economy

No Real Economy desta semana fomos a Roma para discutir as formas de ajudar os jovens a entrar no mercado de trabalho.

Uma delas é a "Garantia para a Juventude", iniciativa da União Europeia que proporciona a todos os que têm menos de 25 anos uma oferta de emprego, educação superior ou um estágio nos quatro meses seguintes a ficarem desempregados ou deixarem os estudos.

14 milhões de pessoas já beneficiaram desta iniciativa.

Mas ainda existem preocupações sérias com as taxas de desemprego jovem, especialmente no sul da União Europeia.

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SITUAÇÃO ATUAL:**

Existem 5,5 milhões de jovens na União Europeia que não estudam, trabalham ou frequentam qualquer formação. São conhecidos como NEETS.

São os destinatários da iniciativa Garantia para a Juventude.

Os jovens enfrentam desafios específicos na transição da escola para o trabalho. Por serem novos no mercado de trabalho, têm mais dificuldade em encontrar emprego ou têm contratos temporários ou a tempo parcial.

A taxa de desemprego jovem nos 28 países da União Europeia era de 14,2% em agosto de 2019.

A dimensão do problema varia dentro do espaço europeu.

No sul do continente, o desafio é maior. Na Grécia, a taxa de desemprego jovem chega aos 33%, em Espanha aos 32,2% e em Itália aos 27,1%.

No outro extremo da tabela, está a República Checa com 5,1%, a Alemanha com 5,7% e a Holanda com 6,9%.

São os três países que parecem oferecer as melhores perspectivas de trabalho para os jovens.

Em entrevista à Euronews, a ministra italiana do Trabalho, Nunzia Catalfo, respondeu àqueles que dizem que a iniciativa "Garantia para a Juventude", direciona os jovens sobretudo para estágios e não para empregos permanentes.

Nunzia Catalfo: A "Garantia para a Juventude" é apenas uma ferramenta e provou ser uma ferramenta útil, mas é claro que poderia ser melhorada a nível nacional, introduzindo medidas adicionais com foco numa melhor formação e uma introdução suave no mercado de trabalho através de programas de estágio e outros. Ao mesmo tempo, também precisamos de fortalecer os serviços sociais que devem cuidar desses jovens e ajudá-los na sua educação e treino, porque nenhuma formação pode estar desligada do mercado de trabalho. Isso leva as pessoas a ficarem inativas ou desempregadas.

Euronews: É possível utilizar vários canais para informar os jovens sobre oportunidades de emprego?

Nunzia Catalfo: Começámos com 8 mil operadores, mas o plano é ter cerca de 20 mil já em 2021, logo vamos mais do que duplicar o número de pessoas altamente qualificadas cujo trabalho é ajudar durante todo o processo aqueles procuram emprego. É claro que também estamos a planear e facilitar o acesso à informação e disponibilizar algumas plataformas digitais, para que o processo de procura de emprego seja mais rápido e imediato, não apenas para os jovens, mas para todos os desempregados.

Euronews: Digno de nota é também o facto dos contratos de curto prazo terem aumentado em Itália. Tendo isto em conta, essa é a única resposta que pode dar aos jovens que terminam os estudos ou a formação?

Nunzia Catalfo: De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, as taxas de emprego em Itália subiram e 70 mil contratos de longa duração foram feitos graças a uma medida que introduzimos no ano passado chamada "Decreto dignità", que visava exatamente o aumento de contratos estáveis e de longo prazo, por oposição aos contratos de curto prazo. Graças a essa medida, fomos capazes de criar mais estabilidade no mercado de trabalho e esses dados provam que conseguimos.

Outras fontes • Damien Girier, Nicolas Coquet, Renato Guerra, Federico Fornaro

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