A ciência ao serviço da natureza

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De  Claudio Rosmino
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Conheça as práticas que juntam agricultores e investigadores na preservação das terras agrícolas europeias

Em Futuris, continuamos a conhecer as ultimas missões lançadas pela União Europeia para lidar com os principais desafios da atualidade: as alterações climáticas, a proteção das terras e dos mares e a luta contra o cancro. Há cinco setores incluídos no programa Horizon Europe, que terão início em 2021.

Mariya Gabriel, comissária europeia para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, sublinha as ambições deste plano.

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Mariya GabrielEuronews

**"Tópicos como a luta contra o cancro, alterações climáticas, cidades inteligentes, a saúde dos solos e oceanos e água do mar foram escolhidos porque o seu impacto é enorme para os cidadãos europeus. E é por isso que precisamos de agir em conjunto, para ver resultados concretos. E esta é uma ideia sublinhada nas nossas recomendações: por exemplo, a missão contra o cancro propõe salvar três milhões de vidas até 2030". **

No nosso continente vive menos de 10% da população mundial, mas 25% dos casos detetados encontram-se na Europa. Temos de agir".

"Saúde do Solo e Alimentação”

O objetivo da missão europeia “Saúde do Solo e Alimentação” é restaurar 70% das terras agrícolas até 2030. O chefe desta missão, Cees Veerman, explica que tipo de ações vão ser adotadas para atingir este objetivo.

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Cees VeermanEuronews

"Uma das mais importantes é, evidentemente, evitar uma maior degradação do solo. Para parar a impermeabilização e a poluição do solo. Temos de aumentar o nível de carbono e o armazenamento da água para que a biodiversidade, a agricultura, a produção alimentar, a silvicultura, mas também as pessoas que vivem nas cidades, possam contribuir para tornar o solo melhor e com melhores condições".

Os solos são essenciais para todos os processos que sustentam a vida na Terra. Mais de 95% dos nossos alimentos provêm da produção relacionada com a terra. 

De acordo com os dados fornecidos pelo Soil Health and Food Mission Board, entre 60% e 70% dos solos europeus são insalubres em termos de presença de matéria orgânica e minerais. Isto é o resultado de uma série de práticas incorretas como o cultivo intensivo, o excesso de irrigação e a poluição com produtos químicos e pesticidas. Os solos também estão a pagar as consequências das alterações climáticas, da erosão e da subida do nível do mar.

No contexto da mudança de paradigma na agricultura, a quinta de Alfred Grand é um exemplo de uma parceria positiva entre a natureza e a ciência. Situada na Áustria, esta exploração agrícola pratica uma gestão do solo centrada na sustentabilidade. 

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"Existem diferentes métodos que podem ser utilizados pelo agricultor, como a aplicação de composto, as sementeiras, a ecologização ou a rotação de culturas. Utilizamos o composto e imediatamente depois de uma colheita optamos por culturas que respeitam o ambiente. Quanto mais coloridas e mais diversas forem as minhas escolhas, mais saudáveis serão os meus solos. E assim, vou precisar de menos pesticidas".

Na quinta, o composto tem um lugar central no padrão de biodiversidade. Como resultado da decomposição da matéria orgânica, faz parte do ciclo natural. A vermicompostagem e as plantas que são semeadas para evitar a erosão e manter a fertilidade, são duas práticas preventivas para aumentar a qualidade do solo.

Para além da vermicompostagem, o composto termófilo é outro tipo de fertilizante natural que também é muito testado. É uma mistura de matéria orgânica com carbono e azoto. O processo de formação é ativado por bactérias e fungos. Pode produzir temperaturas de 60-70°C capazes de matar os organismos que causam as doenças das plantas. Os investigadores têm de analisar regularmente amostras deste composto para verificarem a sua qualidade e os componentes libertados no solo e na atmosfera,

The Market Garden (baseado no sistema que Jean Martin Fortier desenvolveu no Canadá) é um exemplo a pequena escala desta abordagem baseada na natureza. O conceito é produzir alimentos saudáveis com uma grande variedade numa pequena área e vendê-los à comunidade local. O cultivo e a colheita são feitos principalmente à mão, e não são utilizadas máquinas pesadas.

Livia Klenkhart, chefe de produção do projeto sublinha as vantagens do negócio.

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Livia KlenkhartEuronews

"O nosso modelo de produção tem muitas vantagens,** a nível económico, ecológico e social. Para mim, o mais importante é que sejam criados empregos, que tenhamos contato direto com o consumidor e que sejamos uma fonte de educação e de promoção do solo e do ambiente**".

Quando geridos de forma sustentável, os solos são fundamentais para o equilíbrio dos nossos ecossistemas. 

Funcionando como uma esponja, armazenam carbono e reduzem os gases com efeito de estufa.

E os solos podem mitigar os efeitos das alterações climáticas.

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