O céu é o limite: a tecnologia em nuvem

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De  Guy Shone
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Este episódio de "The Exchange" analisa a expansão do negócio dos “grandes dados” e pergunta aos gigantes da tecnologia o que estão a fazer com a nossa informação e o que isso significa para a nossa privacidade

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A tecnologia está a mudar a forma como as grandes empresas e organizações estão a armazenar a informação que detêm sobre as nossas vidas. Houve o cartão perfurado no século XIX, uma disquete nos anos 50 e a pen drive USB no início dos anos 2000. Mas agora, a tecnologia em nuvem - a prática de armazenar dados remotamente e não em servidores ou computadores locais - está a tornar-se rapidamente a norma. E as empresas estão a apostar muito neste futuro virtual.

Espera-se que os gastos nesta área atinjam os 215 mil milhões de dólares, e que este valor cresça quase 13% até 2026. 

A cabeça na nuvem

A tecnologia de informação e software informático são os dois maiores segmentos que as empresas estão a procurar expandir.

A tecnologia em nuvem significa que os dados estão acessíveis a qualquer altura, e em qualquer lugar com acesso à Internet. Os especialistas dizem que à medida que esta tecnologia avança, o serviço torna-se cada vez menos dispendioso. A Cisco é uma das empresas que gastou milhares de milhões de dólares a investir em tecnologia em nuvem nos últimos anos.

Chintan Patel, diretor de tecnologia da empresa no Reino Unido e na Irlanda, disse ao “The Exanche” que “são precisas soluções certas para os  clientes na altura certa e isso centra-se, neste momento, em torno do trabalho híbrido”. "O que está em causa agora é a forma como as aplicações e serviços podem ser utilizados de uma forma mais digital. E aqui, existe um destaque para as aplicações. A ideia é tentar encontrar a melhor combinação de tecnologia e ser capaz de permitir aos nossos clientes gerir esses ambientes de uma forma segura", defende o especialista.

O desafio da privacidade de dados

O negócio dos "grandes dados" está em expansão, mas continuam as preocupações sobre o que as empresas fazem com a informação que recolhem . Há sempre um risco de violação de dados - já o vimos com empresas de cartões de crédito e serviços de telecomunicações. Até que ponto estamos realmente seguros em relação ao armazenarmos da nossa informação na nuvem, e até que ponto devem os governos pressionar as grandes empresas tecnológicas para protegerem os dados das pessoas?

Daniel Newman, sócio fundador e analista da Futurum Research, fala numa situação complicada para os reguladores e governos em todo o mundo. Lembra que numa altura em que mudam as leis a nível global para regular o setor de forma cada vez mais rigorosa, é preciso garantir mais transparência e abertura na forma como os dados são recolhidos.

A repressão do "doxing" em Hong Kong

A ligação entre dados e questões sobre privacidade é mais delicada em locais como Hong Kong, onde já existem protestos contra o governo. As autoridades alteraram recentemente a lei de privacidade online para os utilizadores ficarem mais protegidos. Mas os críticos, incluindo as grandes empresas de tecnologia, falam em uma ferramenta contra a liberdade de expressão.

O doxing é o ato de expor maliciosamente os dados de uma pessoa. "Em 2019, houve cerca de 5 mil casos em que as informações pessoais e os dados pessoais das pessoas foram utilizados de forma intimidante. Agora a lei foi alterada, e esta pática, o doxing, foi criminalizada", sublinha Stephen Wong, antigo comissário de Privacidade de Hong Kong

Para os especialistas em privacidade digital, há uma nuvem mais escura no horizonte. "Fala-se de uma nova lei de dados da China, não apenas de Hong Kong, mas de toda a Ásia, e as suas implicações poderiam ser ainda mais significativas, diz Alex Hill, um especialista em privacidade de dados digitais.

O governo de Hong Kong tinha alimentado esperanças de que a cidade pudesse tornar-se um centro de dados e inovação na Ásia. Mas com uma teia de regras cada vez mais complicada, este objetivo torna-se cada vez mais difícil de atingir.

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