Assistência Macrofinanceira ajuda Macedónia do Norte a sair da crise

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De  Naomi Lloyd
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Em Real Economy, falamos com jovens do país, os mais afetados pelo desemprego, e vamos ao encontro do primeiro-ministro Dimitar Kovačevski.

A Assistência Macrofinanceira existe para estabilizar a economia de um país em tempos de crise. Para a Macedónia do Norte, isso significou lidar com o choque da pandemia.

Com muitos trabalhadores a irem para o desemprego, tem havido um efeito tesoura: Por um lado, receitas fiscais lentas, por outro, um aumento acentuado das despesas sociais.

Além disso, os investimentos diretos estrangeiros caíram, afetando as finanças do país.

A taxa de desemprego juvenil da Macedónia do Norte tem vindo a diminuir constantemente desde 2005, mas em 2020 voltou a subir.

Marija Sepetovska, de 23 anos, conseguiu encontrar um emprego, graças à Garantia da Juventude da União Europeia, criada pela Agência dos Serviços de Emprego do país: "Claro que foi um momento stressante iniciar uma carreira, em plena pandemia, especialmente para os jovens. Na verdade, estou cada vez mais confiante, sobretudo tendo em conta que existem muitos programas que apoiam o nosso país", diz a jovem.

Mas a situação não é a mesma para todos os amigos de Marija: "Para mim foi muito fácil, mas infelizmente não é essa a situação com muitos outros jovens norte-macedónios. Alguns deles têm muito mais dificuldade em encontrar a grande oportunidade. Por isso, a situação aqui ainda não é a melhor", conta.

Enquanto a primeira parcela da assistência macrofinanceira foi enviada como ajuda de emergência, quanto à segunda, a Macedónia do Norte teve de cumprir uma lista de condições, incluindo a criação de uma Unidade de Desemprego dos Jovens.

Goran Petkovski, diretor deste organismo, explica-nos o papel que desempenha: "Participa, em primeiro lugar, no desenvolvimento das medidas ativas do mercado de trabalho no âmbito do plano operacional e em ver como podemos visar melhor os jovens com as medidas ativas de mercado que temos. É também responsável pela coordenação dos postos de trabalho dos conselheiros de juventude dentro do gabinete local de emprego e, claro, pelo acompanhamento e informação da Garantia Juvenil".

Os 160 milhões de euros da assistência macrofinanceira ajudaram a economia da Macedónia do Norte a ultrapassar a tempestade, mas há benefícios mais duradouros.

"O dinheiro foi necessário para esse período, a fim de financiar algumas das necessidades orçamentais e balancear os pagamentos necessários. Mas, por outro lado, são reformas que ficam e que terão um impacto positivo no país. Assim, penso que estas reformas devem ter o seu impacto não só a curto, mas também a médio e longo prazo", diz Shenaz Hadzimustafa, professora de economia.

Estas reformas terão impacto não só a curto e médio prazo, como também a longo prazo.
Shenaz Hadzimustafa
Professora de Economia

O impacto do programa de fronteiras da União Europeia entra na quarta década de existência. A ajuda mais recente foi dada à Ucrânia e foi de mil e 200 milhões de euros. O Comissário para a Economia da UE descreve-nos a importância deste programa.

"Naturalmente, temos interesse na estabilidade da zona. Estabilidade no que toca à migração. à paz, etc. Finalmente, temos um enorme interesse como parceiros comerciais destes países, porque os estados membros da União Europeia são, em geral, os principais parceiros comerciais de todos estes países", diz Paolo Gentiloni.

Entrevista com o primeiro-ministro norte-macedónio

Naomi Lloyd, Euronews: Que diferença fez a assistência macrofinanceira da União Europeia ao país?

Dimitar Kovačevski, primeiro-ministro da Macedónia do Norte: A assistência macrofinanceira da UE ajudou-nos muito, não só na perspetiva de uma assistência financeira pura, mas também ajudou a continuar as reformas, que começámos no campo da gestão das finanças públicas e nos outros campos. Mas também deu um sinal claro às outras instituições e doadores internacionais e financeiros, com quem cooperamos, de que temos uma política económica estável em tempos de crise.

A assistência macrofinanceira ajudou-nos também na relação com as instituições e doadores.
Dimitar Kovačevski
Primeiro-ministro da Macedónia do Norte

Quão difícil foi a implementação dessas reformas?

A luta contra o crime e contra a corrupção tem dado resultados à medida que melhorámos a nossa posição nos relatórios da Transparency International. Entrámos num país que tem condições democráticas porque, no passado, houve deficiências nos procedimentos democráticos no país. E estamos muito, muito felizes por isso.

Como assegurar que as reformas não param aqui e são totalmente implementadas no futuro?

Assegurámos que temos uma coordenação regular com as instituições da União Europeia e da Comissão Europeia, pelo que temos relatórios regulares. Também trabalhámos muito na implementação de mecanismos internos no país e nas instituições públicas, a fim de assegurar que estas reformas sejam feitas.

Agora, a Macedónia do Norte é candidata à adesão à União Europeia. As conversações são o próximo passo. Até que ponto tem esperança de que elas comecem em breve?

A Macedónia do Norte tem um claro objetivo estratégico de se tornar membro de pleno direito das associações euroatlânticas. No ano passado, celebrámos o 30º aniversário da nossa independência e isso foi acompanhado por nos tornarmos o 30º membro da NATO. Já estamos no 17º ano de candidatura à União Europeia e ainda não iniciámos as negociações.

Infelizmente, no ano passado, houve outro desafio que foi imposto pelo antigo governo búlgaro. Com os dois novos governos, iniciámos um novo diálogo, pelo que, juntamente com o Primeiro-Ministro da Bulgária, já tivemos uma reunião em Skopje, a fim de trazer de volta a confiança.

Nome do jornalista • Ricardo Figueira

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