A Comissão Europeia está a trabalhar numa proposta de diretiva que permita uma partilha mais equilibrada do tempo de cuidado dos filhos entre os dois progenitores, um dos temas recorrentes do Dia Internacional da Mulher, celebrado a 8 de março.
PUBLICIDADEConselheira jurídica e mãe de três crianças, a belga Séverine Picard decidiu pôr um travão na carreira durante alguns anos para poder estar mais disponível para os filhos. Uma escolha com que se confrontam muitas profissionais no que toca ao equilíbrio entre a vida familiar e profissional, tema recorrente quando se celebra o Dia Internacional da Mulher, a 8 de março.
"É óbvio que se optasse por não ter filhos, ou fosse um homem, teria concorrido a posições de maior responsabilidade. Não o fiz, escolhi colocar a progressão em parêntesis porque, trabalhando em tempo parcial, isso ia ser posto em causa", explicou Séverine Picard à euronews.
De acordo com um estudo realizado na Dinamarca, a partir do momento em que as mulheres têm o primeiro filho, o salário tem uma quebra de 20% em relação ao dos colegas masculinos.
A Comissão Europeia está a trabalhar numa proposta de diretiva que permita uma partilha mais equilibrada do tempo de cuidado dos filhos entre os dois progenitores.
"Pela primeira vez, vamos criar uma licença de parentalidade que pressupõe um período mínimo de quatro meses de licença e que não é transferível entre os dois progenitores. É um convite a que o outro progenitor, geralmente é o pai, partilhe mais o trabalho e os prazeres da parentalidade", disse, à euronews, Věra Jourová.
Por ocasião do Dia Internacional da Mulher, membros de uma federação europeia de sindicatos fizeram uma ação simbólica, em Bruxelas, para exigir a aprovação da diretiva.
A maioria dos países comunitários tem licença de parentalidade, mas ainda não é o caso num quarto dos Estados-membros.