PAC: Pagamentos diretos preocupam agricultores e dividem países

PAC: Pagamentos diretos preocupam agricultores e dividem países
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De  Isabel Marques da Silva com Lusa
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Uma das medidas da reforma da Política Agrícola Comum (PAC) em debate tem a ver com os pagamentos diretos, em termos do seu valor, de quem pode beneficiar e, também, sobre quem gere as verbas: Bruxelas ou os Estados-membros. Tema de difícil consenso entre agricultores e Estados-membros.

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Uma das medidas da reforma da Política Agrícola Comum (PAC) em debate tem a ver com os pagamentos diretos, em termos do seu valor, de quem pode beneficiar e, também, sobre quem gere as verbas: Bruxelas ou os Estados-membros.

Numa pequena manifestação de agricultores belgas, em Bruxelas, segunda-feira, Yves Vandevoorde, coordenador da federação FUGEA, disse que "não podemos renacionalizar a PAC porque a PAC é um pilar do projeto europeu".

"Se pusermos esse pilar em causa, o projeto europeu vai cair por terra. É graças à PAC que a União Europeia existe como é hoje", acrescentou.

Além da reforma da PAC, os manifestantes aproveitaram para criticar a negociação comercial em curso com um grupo de países da América do Sul (Mercosul - Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), que vai ter forte impacto na agricultura, nomeadamente no setor da carne.

"Um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul vai servir para fomentar o modelo industrial, que não é aquele que defendemos. É um modelo que assenta apenas em preços cada vez mais baixos", argumentou Maite Defourny, membro da FUGEA.

Temas de difícil consenso na reunião dos ministros da Agricultura da União Europeia, já que esta política absorve 40% dos recursos comunitários e há grandes discrepâncias entre os Estados-membros.

Com a presidência rotativa da União, o represente da Bulgária, Rumen Porodzhanov, admitiu que "há propostas sobre a mesa, mas é claro que os Estados-membros têm diferentes necessidades".

"Temos que trabalhar juntos para ter uma posição comum nas nossas orientações para a Comissão Europeia", concluiu o ministro da Agricultura búlgaro.

O ministro português, Capoulas Santos, reconhece estas divergências em "questões sensíveis".

Capoulas Santos apontou que em causa estão os apoios aos agricultores por hectare, matéria na qual persistem grandes assimetrias entre os Estados-membros, apesar de ter sido iniciado na anterior reforma da PAC um processo de convergência que Portugal quer ver continuado.

O ministro explicou que "Portugal neste momento recebe cerca de 200 euros por hectare, em média, no primeiro pilar", quando "a média comunitária ronda os 250 euros", sendo que alguns recebem cerca de 500 euros "e há quem receba muito menos do que 200 euros".

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