Burquíni: sim ou não nas piscinas públicas?

Burquíni: sim ou não nas piscinas públicas?
De  Elena CavalloneIsabel Marques da Silva
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Os municípios de Gand e Merelbek, na Bélgica, vão passar a permitir que as clientes usem burquíni nas piscinas públicas depois do tribunal de Ghent ter dado razão a duas queixosas.

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Os municípios de Gand e Merelbek, na Bélgica, vão passar a permitir que as clientes usem burquíni nas piscinas públicas, depois do tribunal de Gand ter dado razão a duas queixosas que alegaram serem alvo de discriminação.

A proibição baseava-se em regras de higiene, que interditavam o uso de peças que cobrem o corpo, mas o tribunal considerou o argumento inválido, porque o burquíni é feito do mesmo material que o biquíni e o fato de banho.

O município de Gand que ir mais longe, tendo um dos vereadores, Resul Tapmaz, explicado que recorreram da decisão "para que seja mais abrangente".

"Cada pessoa deve usar o que quer, seja por questões de identidade sexual, de cicatrizes cirúrgicas ou por outras razões. Todos devem poder nadar em piscinas públicas", acrescentou.

Os burquínis são usados, sobretudo, por muçulmanas que observam preceitos religiosos. A jornalista da euronews falou com alguns utentes de uma piscina em Gand e a medida ainda causa estranheza do ponto de vista cultural.

“Penso que isto não está certo. Eles têm que se adaptar à nossa cultura. Já fizemos muitas coisas por eles, tais como remover os crucifixos e as fotografias do rei nas escolas. O que vem a seguir? Estamos a perder direitos dentro do nosso próprio país", disse um dos utentes.

Um organismo oficial de promoção da igualdade de oportunidades (UNIA) acolheu a decisão positivamente, considerando que promove a interculturalidade e pode ter um impacto mais alargado.

“Obviamente que esta decisão é muito específica, e se aplica apenas a dois municípios, mas abre um precedente em termos jurídicos. É possível que mulheres de outros municípios, que queiram usar um traje de natação de corpo inteiro, também venham a recorrer ao tribunal”, disse, à euronews, Els Keytman, diretora do UNIA.

A discussão em torno do burquíni insere-se no mesmo tipo de debate europeu, nos últimos anos, sobre o uso de véu, onde se cruzam argumentos sobre integração e liberdade religiosa.

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