Vlad Filat: Moldávia pró-europeísta

As coisas mudaram na Moldávia: Vlad Filat foi eleito primeiro-ministro, em Setembro, de um governo pró-europeu com sede m Quinchinau, a capital do país. A Moldávia estava paralizada, em protesto contra a vitória dos comunistas, em Abril. Sem poder governar, o antigo executivo demitiu-se e o presidente interino nomeou Filat, confirmado depois pelos Parlamento. Os democratas passaram a governar. A República de Moldávia situa-se entre a Roménia e a Ucrânia. Era uma república socialista soviética até declarar a independência, em 1991, e tem mais de 3.5 milhões habitantes. A Transnistria, onde vivem muitos russos e ucranianos, proclamou-se independente do resto do território, em 1990. O estatuto da região ainda é incerto. A euronews entrevistou Vlad Filat em Bruxelas.
Vlad Filat – Para a eleição do próximo presidente, são necessários 61 dos 101 votos dos deputados. A Aliança para a Integração Europeia, que governa a Moldávia, controla 53 assentos parlamentares. Faltam 8, que devem ser dados pelo Partido Comunista. Claro que não há nenhuma garantia de que esses votos vão de certeza para o presidente. Mas a situação actual faz-nos pensar que sim. Senão, eles vão ter de assumir a responsabilidade do que acontecer no país. Não se pode excluir a possibilidade de o presidente não ser eleito, o que, a acontecer, significa que vão ter de se fazer novas legislativas antecipadas no próximo ano.
Vlad Filat – Não temos medo porque os nossos compromissos e promessas aos cidadãos são sólidos e não vemos por que razão há-de a Federação da Rússia reagir. A República da Moldávia é independente e soberana, como estipulado na Constituição. A Rússia reconheceu o estatuto da República da Moldávia e deve respeitar os seus direitos. Significa isto que a Rússia deve retirar o contingente militar da Transnistria e não se deve envolver na preservação do regime separatista.
Rudolph Herbert – euronews – Há alguma pressão económica da Federação da Rússia? Vlad Filat – Não diria que há pressões económicas da Rússia, mas é preciso reconhecer que há uma grande dependência económica em relação à Rússia. Primeiro em termos de segurança energética, somos totalmente dependentes a nível de fornecimento de gás natural. Também temos uma certa dependência a nível de mercado de certos produtos alimentares. Rudolph Herbert – euronews – Há possibilidade da Moldávia se juntar à Roménia? Vlad Filat – Acho que são especulações usadas pelos adversários políticos. Vamos restaurar este país unicamente na esfera de valores da União Europeia. Rudolph Herbert – euronews – Infelizmente, a República da Moldávia é um dos países mais pobres da Europa. Como vai o governo melhorar a situação? Vlad Filat – Vamos começar por assegurar uma boa gestão da República da Moldávia, a seguir vamos liberalizar a economia para estabelecer as condições favoráveis para encorajar o investimento e para encorajar as pessoas a virem do estrangeiro investir no nosso país. Isto por um lado. Por outro, temos de estruturar um sistema legal eficaz para que os cidadãos tenham direitos e os defendam. Rudolph Herbert – euronews – Qual o problema mais urgente a resolver pelo governo? Vlad Filat – Infelizmente, temos muitos problemas e a maioria é urgente. Mas se me pudesse concentrar num seria encontrar recursos financeiros para financiar o défice orçamental. É um enorme problema e é apenas uma parte da herança deixada pelos comunistas. Ao mesmo tempo, temos de colocar em prática uma série de reformas urgentes para dar uma perspectiva futura ao desenvolvimento económico. Em troca devíamos ter recursos necessários para nos auto-financiarmos.