Milhares de trabalhadores manifestaram-se hoje em Bruxelas contra as reformas económicas que os sindicatos dizem ser demasiado favoráveis às empresas.
O centro da capital belga, onde estão sediadas as instituições europeias e onde esta tarde se reúnem os líderes da União Europeia, ficou completamente bloqueado.
Convocada pela Confederação Europeia dos Sindicatos, a manifestação quer mostrar que os trabalhadores europeus estão juntos contra o “pacto para o euro”.
“Esperemos que este primeiro passo em Portugal, que levou, inclusivamente, à demissão do governo, se propague pelo resto da Europa e que faça com que a austeridade que está a ser imposta aos povos da Europa seja revista,” anseia um sindicalista português.
Outro manifestante afirma que ‘‘não é normal que depois de se dar tanto dinheiro aos bancos, quando se vê que distribuem grandes dividendos e dão bónus aos gerentes, que sejam só os trabalhadores a pagar a crise. Não é aceitável, nem em Portugal, nem na Grécia, nem aqui, nem em qualquer lugar.’‘
Numa tentativa de dispersar os manifestantes a polícia belga recorreu hoje a canhões de água a e gás lacrimogéneo.
O uso de equipamento pesado, pela polícia, aconteceu quando várias marchas convergiam para o local da cimeira.
Os manifestantes gritavam palavras de ordem contra as medidas de austeridade principalmente contra o fim do sistema de indexação automática dos salários à inflação, em vigor em países como a Bélgica, Portugal e Espanha.
Segundo a organização, cerca de 15 mil trabalhadores manifestaram-se hoje em Bruxelas.