A União Europeia (UE) reagiu negativamente à sentença de sete anos de prisão para a ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Timoshenko. O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, disse que este não é o rumo que Bruxelas espera das autoridades de Kiev.
“Consideramos que é muito importante ter um relacionamento reforçado com a Ucrânia. Ao mesmo tempo, esperamos que a Ucrânia observe valores tais como o respeito pelo estado de direito, pelos direitos humanos e, claro, pela independência do sistema judicial”, disse Barroso.
Tecnicamente, o acordo de associação comercial que está em negociações pode ficar pronto antes do final do ano. O presidente ucraniano, Victor Ianukovich, deveria visitar Bruxelas a 20 de Outubro, mas o Parlamento Europeu (PE) admite que processo sofra atrasos.
“O veredito do tribunal ucraniano será certamente um dos obstáculos nos nossos contatos diretos e terá um impacto negativo nas negociações, mas acredito que devemos manter essas negociações para chegar a um acordo de associação. Não devemos punir o povo ucraniano”, referiu o presidente do PE, Jerzy Buzek.
O Serviço de Ação Externa da UE apelou à sensatez das autoridades ucranianas na fase dos recursos que Timoshenko vai apresentar. O gabinete de Catherine Ashton critica as motivações políticas do julgamento, mas a analista Amanda Paul diz que essa crítica tem que ter consequências no terreno.
“A UE encontra-se agora numa situação difícil. Obviamente que quer manter as relações com a Ucrânia porque é um país importante e este tipo de acordos pode ter um impacto decisivo em termos de mudanças no terreno. Mas, ao mesmo tempo, é óbvio que não pode deixar que o que se passou hoje passe em branco e não afete de algum modo essa relação”, explica a analista do European Policy Center.
A aproximação política e comercial com a Ucrânia, bem como a outros cincos países da antiga esfera da União Soviética, é uma das prioridades da presidência polaca da UE. A chamada Parceria de Leste já sofreu um golpe devido ao arrefecimento das relações com a Bielorrússia e o diálogo com a Ucrânia pode ficar agora congelado.