“Um comportamento racista, mesquinho, próprio da idade média e um duro golpe para a liberdade de expressão em França”, estas foram algumas das palavras do primeiro-ministro turco Recep Tahiip Erdoğan na reação à aprovação pelo senado francês da lei que penaliza quem negar o genocídio arménio, alegadamente levado a cabo pelos turcos há 100 anos.
Numa reunião com a bancada parlamentar do seu partido, Erdoğan pediu aos franceses para avaliarem bem o comportamento dos atuais dirigentes. “Não cabe aos políticos reescreverem a história”, sublinhou.
A Turquia vai tomar as “medidas apropriadas, etapa por etapa”, de acordo com o caminho que o projeto-lei seguir no conselho constitucional e na presidência, garantiu o chefe de governo turco.
Sarkozy “satã” escreve a imprensa turca
O genocídio arménio abre crise diplomática sem precedentes entre a França e Turquia e as ameaças de retaliação começam a surgir.
A imprensa turca, mais conservadora, chama Satã ao presidente francês e nas ruas fala-se em limitação da liberdade de expressão.
“Esta lei é contra a liberdade de expressão, a lei dita uma única direção, proibe numa única direção. Por isso é má”.
“Claro que isto vai afetar as relações entre os dois países. Muitas pessoas vão reagir a isto, é normal, penso que os franceses fizeram isso por chauvinismo”.
O embaixador turco em Paris, Tahsin Burcuoglu, falou mesmo numa «ruptura total» nas relações entre França e Turquia.
De acordo com o governo de Ancara, os acontecimentos, que remetem para o período 1915-16, não podem ser interpretados pela lei francesa, sob pena de se limitar a liberdade de expressão.