Seca nos Estados Unidos e na Rússia

A seca nos Estados Unidos já afeta metade das colheitas do país
A situação, que é a pior em meio século, levou o Governo a declarar zonas catastróficas num terço dos condados da nação.
A seca é mais grave no centro do país, onde o milho e a soja sofreram especialmente. Até agora, perdeu-se 12% do total das colheitas. A consequência imediata é o aumento dos preços e a possível escassez de alimentos.
Nos últimos três meses, o preço do milho aumentou 29%, o do trigo 41%% e da soja 17%.
O departamento norte-americano de Agricultura aconselhou um aumento de 4% nos preços dos alimentos básicos para o prximo ano.
Esse aumento pode refletir-se em toda a cadeia alimentar, porque os cereais são utilizados para alimento de animais.
Mas é mais do que provável que as repercussões cheguem além fronteiras: o país é o principal exportador de trigo do planeta e produz grande parte da colheita mundial de milho e soja.
Alguns criadores de gado solicitaram às autoridades que reduzam os volumes obrigatórios de produção de etanol â base de milho, para libertar a recolha para a alimentação dos animais e reduzir os custos de produção.
Na Rússia, a seca também colocou os produtores numa situação difícil. Nalgumas regiões perderam-se metade das colheitas.
Em Ulyanovsk, no ano passado os agricultores exportaram um milhão de toneladas de grão para países tão longínquos como o Irão.
Este ano, podem considerar-se afortunados se a colheita for suficiente para se autoabastecerem.
Vadim Martynov. Agricultor:
“- Agora que estamos em plena colheita, estamos a armazenar os grãos. Reunimo-los, classificamo-los e esperamos melhores preços”
A seca nos Estados Unidos, Rússia e noutros países é um quebracabeças de cabeça para o Banco Mundial, que teme que a escalada dos preços dos alimentos, tenha consequências nefastas para os mais pobres.
Mas também há o fator social. A história demonstrou-o: o aumento do preço dos alimentos conduz à instabilidade.
Da Tunísia à Índia, a subida do preço dos cereais desencadeia protestos. As chamadas revoltas da fome reapareceram desde 2007.