Debate sobre a Síria nos Estados Unidos

O debate sobre o curso dos acontecimentos na Síria subiu de tom nos Estados Unidos, agora que o governo está a examinar os relatórios para concluir se o regime de Damasco usou armas químicas e cruzou a “linha vermelha” do presidente Obama.
Alguns republicanos do Congresso estão a discutir a possibilidade de uma pressão maior para derrubar o governo de Assad no sentido de acabar de vez com a guerra. Mas não há apoio político para uma ação militar, e a administração pretende manter a discrição, como explica o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney:
“A nossa política é não fornecer armas à oposição na Síria. Mas continuamos a estudar as opções”.
Os analistas, em geral, acreditam que Obama está relutante e a opinião pública está cansada da guerra depois de uma década de envolvimento no Iraque e no Afeganistão.
O presidente pode optar por ataques aéreos com drones ou pelo estabelecimento de uma zona de exclusão aérea, desde que os aliados dos EUA participem nesse esforço.
Tudo o resto está fora de questão, diz Steven Cook, do Conselho de Relações Externas.
“O facto é que o presidente está a comprar tempo para encontrar apoio para uma saída diplomática deste impasse, uma solução política.
E o cinismo disto tudo é que as duas partes na Síria não estão interessadas”.
No fim, tudo se resume a uma dura verdade: a guerra civil na Síria vai continuar e muitas mais pessoas vão morrer.
Steven Cook:
“Estamos bloqueados a a observar uma longa guerra civil que ainda vai matar muitos milhares de pessoas e arrancar milhares de outras das suas casas.”
O correspondente da euronews em Washington, Stefen Grobe, conclui:
“A inação do presidente Obama em relação à Síria serviu-o politicamente, pois a maioria dos americanos está contra qualquer intervenção. A acontecer, seria um favor aos republicanos que atacariam imediatamente qualquer decisão nesse sentido “.