Dois mil e treze foi um ano especial para Marion Bartoli, que venceu o seu primeiro Grand Slam em Wimbledon e chocou o mundo do ténis apenas 40 dias depois ao anunciar que abandonava a modalidade. A euronews quis conhecer os motivos.
euronews: Como têm sido os primeiros tempos após a reforma?
Marion Bartoli: Têm corrido bem. Tenho estado bastante ativa em torno de uma série de projetos que serão anunciados em breve. Os meus dias têm sido bastante ocupados mas sinto-me feliz porque faço o que gosto, ocupo-me de assuntos que me interessam. Tenho a vida ideal.
euronews: Como se sentiu após a consagração em Wimbledon?
Marion Bartoli: Senti que tinha chegado ao fim da minha carreira de uma forma excecional, alcancei tudo o que queria alcançar. Realizei um sonho que tinha desde criança, ter aquele troféu nas mãos.
euronews: A sua forma de jogar era pouco usual, sempre as duas mãos na raqueta, um pouco à imagem de Monica Seles…
Marion Bartoli: Não há nada mais aborrecido que ser igual à pessoa ao nosso lado. É verdade que jogava de uma forma diferente, tinha um estilo próprio mas que penso que cativava os espetadores. Dado o número de fãs que tinha através do mundo creio que atraía bastantes adeptos.
Sobretudo pelo facto de ter começado ao nível mais baixo possível e ter atingido o topo. As pessoas gostam de saber que se trabalharmos nesse sentido, podemos tornar os nossos sonhos realidade e nada é impossível.
euronews: A sua reforma deveu-se a problemas físicos ou existiu outro motivo?
Marion Bartoli: Foram as lesões. Já tinha sofrido bastante desde o início do ano e mesmo em Wimbledon passei mais tempo com o fisioterapeuta que em court. Cheguei a um ponto em que o meu corpo não aguentava mais que 45-50 minutos de jogo sem dores.
euronews: Durante grande parte da carreira foi treinada pelo seu pai. Ajudava ou era um fator de pressão extra?
Marion Bartoli: Nem uma coisa nem outra. Acredito que era a melhor pessoa para me ajudar a chegar onde cheguei. Mudei a estrutura técnica para ganhar Wimbledon e o meu pai estava só como pai, para me apoiar na bancada. Foi um momento excecional partilhar a vitória com o novo treinador mas também com o meu pai, que foi o responsável por 95% do trabalho para chegar a esse nível. E estava lá no momento mais importante da minha vida.
euronews: Quais as adversárias que gostava mais de defrontar?
Marion Bartoli: Todas, claro que a Serena era especial porque era o máximo desafio mas tive a sorte de jogar com várias gerações, desde a Lindsay Davenport e a Jennifer Capriati à Amélie Mauresmo, Justine Henin e Kim Clijsters. Jogadoras que me faziam aumentar o nível de jogo. Tive também a sorte de as derrotar em momentos que foram especiais para mim.
euronews: Tenho a informação de que gostaria de ser ministra da juventude e do desporto. É verdade?
Marion Bartoli: Ser ministro é um dos cargos mais importantes e se alguma vez me oferecerem essa oportunidade, certamente que vou aproveitar. Mas não é um objetivo, algo que deseje todos os dias quando acordo.