Mubarak nega responsabilidade pelo assassinato dos manifestantes em 2011

O ex-presidente egípcio, Hosni Mubarak, negou esta quarta-feira, perante o tribunal, ter ordenado às forças de segurança que matassem manifestantes durante a revolução egípcia de janeiro de 2011.
“Mohammed Hosni Mubarak, aqui hoje diante de vós, não ordenou a morte de manifestantes, não deu nenhuma ordem para que fossem mortos manifestantes ou fosse derramado o sangue dos egípcios”, disse o antigo chefe de Estado.
Em 2012 Mubarak foi condenado a prisão perpétua, por não ter impedido a morte de 850 manifestantes, mas o tribunal reavaliou a sentença e ordenou um novo julgamento. O veredicto será conhecido no dia 27 de setembro.
Entre os egípcios, Mubarak continua a ter os seus apoiantes. Um homem defende o ex-presidente:
“O presidente Hosni Mubarak não merece o que lhe está a acontecer. Ele é um autêntico patriota. Estamos orgulhosos dele por nos ter deixado um exército capaz de proteger o povo egípcio dos nossos inimigos.”
Mas nem todos guardam simpatia pelo antigo presidente.
“Oponho-me a que seja apagada a revolução de 25 de janeiro. É algo que nunca deveria ter acontecido na história do Egito. Foi a revolução que nos trouxe a liberdade e graças a ela posso estar hoje aqui a dizer-lhe o que penso”, disse outro homem.
Três anos depois da insurreição contra Moubarak, outro militar, Abdel Fattah al Sissi, foi eleito presidente, depois de ter afastado do poder o islamista Mohamed Morsi, primeiro chefe de Estado democraticamente eleito no Egito.