No leste da Ucrânia, a situação agrava-se para os habitantes de Donetsk, cercados desde há várias semanas pelas tropas ucranianas.
Os ataques dos últimos dias afetaram o abastecimento de água e de eletricidade à população. Nos supermercados da cidade, controlada pelos separatistas, os habitantes fazem face a uma crescente penúria de bens essenciais.
“Já esgotámos as nossas reservas de água e é por isso que vim comprar mais garrafas neste supermercado, uma vez que as lojas pequenas também já esgotaram os seus estoques”, afirma um habitante.
“Uns vizinhos idosos pediram-me que lhes comprasse água e é isso que estou a fazer”, afirma outro habitante.
Uma situação que alimenta todos os dias o êxodo de centenas de refugiados, só desde o início de Agosto que mais de 102 mil pessoas abandonaram a cidade, segundo a ONU, sendo acolhidas do outro lado da fronteira, na cidade russa de Rostov.
Neste campo de refugiados, a 15 km da fronteira encontram-se alojados provisoriamente parte dos cerca de 168 mil refugiados que escaparam aos combates na Ucrânia nas últimas semanas.
Um antigo mineiro afirma, “esta não é a minha guerra. Não tenho nada a ver com ela, nem a minha mãe, a minha sogra, o meu sogro ou os meus filhos. Deixámos para trás tudo o que tínhamos e talvez tudo tenha desaparecido”.
Uma jovem refugiada afirma, “a minha irmã vive em Sochi e quero tentar mudar-me para lá, encontrar um emprego e viver uma vida em paz até que tudo isto acabe se é que alguma vez vai acabar”.
Segundo a ONU, o conflito no leste da Ucrânia teria já provocado mais de 117 mil deslocados dentro do país, depois da anexação da Crimeia ter obrigado 15 mil habitantes a abandonar as suas casas.