Uma empresa francesa (Netatmo) concebeu um sistema de videovigilância baseado numa nova tecnologia de reconhecimento facial.
As atuais câmaras de segurança não são muito inteligentes. Indicam-nos se houve movimento mas não sabem se foi um estranho ou se foi o próprio filho. Emitem sempre um alerta mesmo que não seja nada.
O sistema está associado a uma aplicação para smartphone. Em qualquer altura, o proprietário pode visualizar a casa e recebe um alerta, se um estranho entrar na propriedade.
A tecnologia integra uma câmara de infravermelhos ligada à Internet através da rede sem fios do domicílio.
“As atuais câmaras de segurança não são muito inteligentes. Indicam-nos se houve movimento mas não sabem se foi um estranho ou se foi o próprio filho. Emitem sempre um alerta mesmo que não seja nada. A alteração da luminosidade pode também criar problemas. Por isso, desenvolvemos uma tecnologia de reconhecimento facial para que seja possível saber se as crianças regressaram a casa ou se um estranho entrou na propriedade”, disse Janina Mattausch, gestora de marketing da empresa francesa.
Para realizar o perfil de cada pessoa basta introduzir algumas fotografias na aplicação. A partir das informações fornecidas pelo proprietário, o sistema reconhece as pessoas que estão autorizadas a entrar em casa. Em qualquer altura, o utilizador pode alterar os perfis e as autorizações associadas a cada pessoa.
“Temos um algoritmo de reconhecimento facial integrado na câmara que elabora uma representação matemática da cara. Calculamos a distância e as características e construímos uma representação da cara, em termos numéricos e com base em algoritmos”, acrescentou a responsável.
Graças ao reconhecimento facial foi possível identificar um ladrão num apartamento em Paris. Damien decidiu testar a tecnologia quando se apercebeu que lhe roubavam dinheiro em casa. As imagens foram enviadas à polícia e o suspeito foi detido e condenado a nove meses de prisão.
“Estava no trabalho quando o telefone começou a tocar. No início pensei que fosse um falso alerta mas recebi uma notificação. Andava alguém na minha casa e a cara da pessoa não era conhecida. No modo vídeo é possível ver as imagens em direto”, disse Damien.
Além da segurança dos bens, o sistema pode ajudar os pais a tomar conta das crianças.
“Se houver um estranho em casa, a pessoa recebe um alerta e por isso não precisa de estar sempre preocupada em saber o que está a acontecer em casa ou com as crianças. Em caso de problema, há um alerta”, afirmou Janina Mattausch.
As chamadas casas inteligentes fazem parte de uma nova tendência conhecida como a Internet das coisas.
De acordo com a empresa norte-americana de estudos de mercado Gartner, em 2016, o número de aparelhos ligados à Internet e capazes de interagir com o utilizador deverá chegar as 6,4 mil milhões de unidades, um aumento de 30 % em relação ao ano anterior.