O espaço é a última fronteira para estudar o estado de saúde do planeta e a respetiva evolução. Os satélites são, por outro lado, a ferramenta mais precisa para responder a perguntas fundamentais relacionadas com o clima, os oceanos, a atmosfera e o interior da terra.
Estas matérias estão a ser discutidas em Praga no simpósio “Living Planet”, organizado pela Agência Espacial Europeia, que termina a 13 de maio. Milhares de cientistas de todo o mundo participarão nas conferências.
“O satélite é uma ferramenta única para observar o planeta. Em áreas remotas, como o Ártico, pode fornecer dados não só da extensão do gelo, mas também da grossura, que é um elemento de avaliação e previsão da evolução do sistema glaciar na região do Ártico e da Antártida. O satélite também nos dá a oportunidade de ver a evolução das florestas, de atividades como desflorestação, da subida do nível do mar, da erosão costeira e da poluição marítima. Todas estas coisas podem ser facilmente vistas com satélites”, sublinha Simonetta Cheli, da Agência Espacial Europeia.
Today at #livingplanet16#sentinel3 shows where sea level differs from the norm https://t.co/UEaPCgbCnFpic.twitter.com/GJ9Njl9ejC
— ESA EarthObservation (@ESA_EO) May 10, 2016
A rede de satélites de observação da Terra é uma peça-chave para fazer frente às alterações climáticas e para implementar as estratégias acordadas na Cimeira do Clima de Paris.
“A informação proveniente de missões em órbita e das missões a serem lançadas ao longo dos próximos anos servirá para perceber a situação do clima, mas também contribuirá para dar conta, por parte de cada país, da evolução dos gases de efeito de estufa e do dióxido de carbono”, acrescenta Simonetta Cheli.
Come to the Climate stand at 12.30 in the exhibition hall of #LivingPlanet16 for a demonstration of how to access ESA's climate data sets
— ESA Climate Office (@esaclimate) May 9, 2016
A observação do planeta a partir do espaço também constitui uma oportunidade para os negócios. A exploração da informação produzida pelos satélites pode gerar possibilidades de melhorar em dez vezes os investimentos, ressalva Simonetta Cheli: “As avaliações económicas feitas por agências importantes indicam que para um investimento no espaço de um euro existe um retorno económico, de benefícios da economia associada a produtos e serviços baseados em informação de satélite, de dez euros. Por outras palavras, um investimento de uma unidade com um retorno de dez.”
A tecnologia em órbita é atualmente uma chave, por exemplo, para prever colheitas, a exploração de terrenos e a seca, bem como para observar a poluição aérea.
Uma ferramenta poderosa para uma mão cheia de aplicações práticas.