Os preços exagerados dos medicamentos voltam a estar em destaque nos Estados Unidos.
PUBLICIDADEOs preços exagerados dos medicamentos voltam a estar em destaque nos Estados Unidos. Um grupo de seguradoras, em nome dos clientes, avançou com um processo contra a farmacêutica Valeant: acusam a empresa canadiana de extorsão e prática de preços excessivos. A queixa foi apresentada por seguradoras que representam polícias e trabalhadores do setor hoteleiro de Nova Iorque.
Este processo surge na sequência de uma investigação que está a ser feita pelas autoridades norte-americanas: em causa está um alegado esquema para defraudar as companhias de seguros.
Na semana passada uma outra farmacêutica, a Mylan, foi também acusada de praticar preços demasiado altos na caneta auto-injectável para tratamento de choques anafiláticos e antes de ser processada, a companhia decidir fazer uma versão genérica do medicamento a metade do preço.
Ronny Gal, um analista do setor farmacêutico, acredita que “para o próprio negócio, foi uma boa jogada da Mylan. Corriam alguns dos riscos da Valeant, de que ninguém quisesse fazer negócios com eles. Mas assim, no final vão perder um quarto das receitas do produto. A EpiPen gerava 20% de lucro. Ou seja, devem ter um impacto de entre 5% e 10% nos lucros”. Este medicamento deve ser lançado para o mercado americano nas próximas semanas e custa, ainda assim, 300 dólares, quase 270 euros.
Um relatório recente da Associação de Médicos norte-americanos revela que, em sete anos, o preço dos medicamentos de marca aumentou 164%. Além disso, os Estados Unidos são o país do mundo onde mais se gasta em medicamentos per capita: mais de 750 euros, mais do dobro da média dos 19 outros países industrializados.