A oposição parlamentar irlandesa critica o Governo no caso dos impostos que opõe a Apple a Bruxelas.
Com Marco Lemos e Reuters
A oposição irlandesa critica o Governo no caso dos impostos da Apple e diz que Dublin não enfrenta nenhum caso de violação da soberania irlandesa.
O parlamento de Dublin debateu, esta quarta-feira, a posição da Irlanda frente às exigências de Bruxelas, depois do Governo ter dito que iria recorrer da decisão da Comissão Europeia (CE).
O ministro das finanças, Michel Noonan, disse que a Irlanda segue as melhores práticas internacionais em termos de tributação.
“Temos um registo sólido em termos de reforma da tributação internacional e assumimos um compromisso claro para seguir as melhores práticas a nível internacional,” disse Noona no parlamento.
“Não devemos aceitar as críticas dos outros. Daqueles que dão uma imagem negativa da Irlanda,” concluiu.
O Sin Feinn, na oposição, defendeu, por seu lado, que a posição adotada pela CE não constitui uma violação da soberania irlandesa.
Pearse Doherty explicou que quem defendia tal posição estava a ser simplesmente desonesto.
“Tentam fazer-nos crer que tudo não passa de um ataque contra a nossa soberania e isso é muito desonesto da parte deles. É uma mentira, tal como o é dizer que a decisão da semana passada visa atacar os nossos impostos sobre as grandes empresas”.
A Comissão Europeia entende que a filial da Apple instalada em Cork, Irlanda, não pagou suficientes impostos e quer que sejam devolvidos ao Estado cerca de 13 mil milhões de euros.
Um valor equivalente a 5% Produto Interno Bruto irlandês.
Na Irlanda, o imposto sobre sociedades é um dos mais baixos de toda a União Europeia, com 12,5%.