A Al-Qaida ainda existe?

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De  Ricardo Figueira
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A euronews falou com o antigo embaixador do Iraque na Liga Árabe sobre o presente da organização de Bin Laden.

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Com Aissa Boukanoun

15 anos depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 e mais de seis anos desde que Osama Ben Laden foi morto por um grupo de forças especiais americanas no Paquistão, que resta da Al-Qaida?

Aquela que já foi a organização terrorista mais temida em todo o mundo, antes do surgimento do Daesh, está agora dividida em várias fações, muitas delas adormecidas.

A euronews pediu a Qais al-Azzawi, antigo embaixador do Iraque na Liga Árabe, para nos explicar: “Com certeza que a Al-Qaida ainda existe. O chefe é Ayman al-Zawahiri, sucessor de Bin Laden, e o vice-presidente é Ahmed Abou Elkheir. Está sediada perto da fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão e mantém-se em contacto com as várias fações, seja na Arábia Saudita, nos países do Magrebe, na África Central ou no Iémen”.

A Al-Qaida foi fundada em 1987 por guerrilheiros então apoiados pelos Estados Unidos, durante a primeira guerra do Afeganistão contra a ocupação soviética.

A organização só se deu a conhecer mais de dez anos depois, em 1998, com os atentados nas embaixadas americanas no Quénia e na Tanzânia. Depois do 11 de setembro, a onda de atentados não parou e estendeu-se à Europa: Casablanca em 2003, Madrid em 2004 e Londres em 2005. Em 2015, os atentados em Paris contra o jornal Charlie Hebdo e um supermercado judeu foram reivindicados pelo ramo da Al-Qaida no Iémen.

As intervenções militares americanas e a morte de Bin Laden não apagaram a herança do pai espiritual da Al-Qaida, uma herança reclamada também pelo Daesh: “Neste momento, o maior inimigo da Al-Qaida é o Daesh, que nasceu de uma revolta no seio da organização. Os grupos terroristas como a Al-Qaida, o Daesh, a Al-Nosra, o Boko Haram ou o próprio líder do Daesh, Al-Baghdadi, são guiados pelas regras ditadas por Osama Bin Laden. Podem estar em desacordo com Ayman al-Zawahiri, mas respeitam a figura do pai espiritual Bin Laden”, acrescenta Qais al-Azzawi.

Ayman al-Zawahiri, o novo líder da Al-Qaida, limita-se agora a fazer declarações, sem haver ações terroristas com a assinatura da organização. Tanto o Daesh como os ramos da Al-Qaida agora existentes, como a Al-Qaida no Magrebe Islâmico ou a Al-Qaida na Península Arábica dizem-se independentes e obedecem às ordens dos líderes locais.

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