Alerta do Banco Mundial: "Populismos podem ter efeitos negativos na economia"

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O crescimento dos movimentos populistas, a longo prazo, pode ter um impacto muito negativo a nível económico.

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O crescimento dos movimentos populistas, a longo prazo, pode ter um impacto muito negativo a nível económico.
Esta é a principal conclusão do mais recente relatório do Banco Mundial, que revela ainda que a Europa e a Ásia Central são as regiões do planeta que mais devem ser afetadas por este fenómeno.

A instituição prevê que o crescimento acelere nos próximos anos, devem ser criados mais postos de trabalho mas devem ser acentuadas as desigualdades sociais e os salários devem estagnar.

Ou seja, estão criadas as condições perfeitas para que os movimentos populistas floresçam. E já existem exemplos disso mesmo: a vitória do “Brexit” no Reino Unido ou a reação de alguns países à crise dos refugiados.
O Banco Mundial deixa o alerta: perante a falta de resposta efectiva dada pelos tradicionais partidos no poder, os eleitores ficam mais disponíveis para ouvir as mensagens dos movimentos populista e torna-se cada vez mais evidente o crescimento dos partidos tanto de extrema direita como de extrema esquerda em muitos países.

Para perceber melhor o impacto dos populismos na Europa e na Ásia Central, junta-se a nós o economista chefe do Banco Mundial, Hans Timmer.

Doloresz Katanich, euronews:
“Com o crescimento dos populismos em todo o mundo, vivemos momentos de incerteza. O seu relatório diz que há riscos para a economia a longo prazo. Porquê?

Hans Timmer, economista chefe Banco Mundial:
“A ansiedade que está refletida nos votos nos partidos mais populistas está enraizada na ansiedade em relação às mudanças no mercado de trabalho, na falta de segurança no trabalho. E existe o risco de que isto cresça ainda mais, que os problemas das pessoas não sejam resolvidos. Estas são mudanças dramáticas provocadas pela globalização e pelas novas tecnologias difíceis de absorver por muita gente. As sociedades provavelmente necessitam de um novo contrato social, uma nova forma de lidar com o novo mercado de trabalho”.

1.02 DK: Doloresz Katanich, euronews:
“Se a insegurança no trabalho está a alimentar o populismo, como diz o seu relatório, que políticas económicas devem os governos usar para combater a raíz deste fenómeno?

Hans Timmer, economista chefe Banco Mundial:
“A insegurança no trabalho significa que todos os novos postos de trabalho que estão a ser criados são ou a tempo parcial ou temporários e trabalhos a tempo inteiro permanentes estão a tornar-se cada vez mais escassos. Por isso, o que os governos podem fazer é ajudar as pessoas a adaptar-se à nova situação. Ou seja, o sistema de proteção social, que no passado estava muito ligado às grandes companhias onde as pessoas trabalhava durante muito tempo, agora têm de ser desvinculadas dessas empresas e se tornar muito mais aptas e disponíveis”.

Doloresz Katanich, euronews:
“De que forma é que a Europa e a Ásia Central devem ser afectadas pelas crescentes políticas proteccionistas dos movimentos populistas?”

Hans Timmer, economista chefe Banco Mundial:
“A experiência mostra-nos que o proteccionismo vai reduzir o crescimento e a capacidade de ajustamento às novas circunstâncias. Por isso não são uma boa resposta. Acredito que o Brexit é um bom exemplo. O que está a acontecer neste momento não será a solução para resolver o problema das pessoas que perderam os empregos, que perderam empregos permanentes. Não acredito que esteja encontrada a solução. A estratégia deveria ser focada na ajuda às pessoas que devem adaptar-se ao novos tipos de empregos. Isso não se faz com o encerramento das fronteiras”.

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