"A minha mãe mandou-me saltar do comboio", conta sobrevivente do Holocausto

"A minha mãe mandou-me saltar do comboio", conta sobrevivente do Holocausto
De  Aissa BOUKANOUNIsabel Marques da Silva
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Por ocasião do Yom Hashoah, dia da Memória do Holocausto no calendário hebraico, a euronews conversou com o judeu belga Simon Gronowski, de 86 anos, que escapou à deportação para o campo de concentração de Auschwitz, na Polónia. Tornou-se advogado e ativista pelos direitos humanos.

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Por ocasião do Yom Hashoah, dia da Memória do Holocausto no calendário hebraico, a euronews conversou com o judeu belga Simon Gronowski, de 86 anos. Este ex-professor de Direito contou como escapou à deportação para o campo de Auschwitz, na Polónia, em 1943.

"Meteram-me num vagão de comboio para gado. Tinha 11 anos e não sabia que estava condenado à morte, que aquele comboio me levaria para o local da minha execução. Por milagre, saltei do comboio e escapei. Tive depois a ajuda de pessoas incríveis durante a minha fuga. E tudo isto porquê? Porque os meus pais eram judeus", explicou.

Simon Gronowski e o pai viveram escondidos até 1945, quando terminou a Segunda Guerra Mundial. Nesse ano descobriram que a mãe e a irmã de Simon tinham morrido no campo de Auschwitz.

"Saltei do comboio porque obedeci minha mãe. Se a minha mãe me tivesse dito para ficar com ela, teria ficado. Se soubesse que minha mãe não iria saltar comigo, também teria ficado com ela. A minha mãe salvou a minha vida e é uma grande heroína", acrescentou.

O sobrevivente atribui a morte do pai, em 1945, ao desgosto por ter perdido a esposa e a filha. O então adolescente tornou-se um destacado ativista pelos direitos humanos durante toda a sua vida.

"Há pessoas que não gostam de judeus, mas não querem fazer-lhes mal. Isso existe, mas também há um antisemitismo brutal, o do ódio. É isso que combato. Sou um otimista, acredito no futuro porque acredito na bondade humana", concluiu.

Simon Gronowski ainda visita escolas em todo o mundo para difundir esta mensagem.

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