Irão ataca EUA pela reposição de sanções

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De  João Paulo Godinho com Lusa / EFE
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O presidente iraniano, Hassan Rouhani, criticou Donald Trump por ignorar a via diplomática em relação ao acordo nuclear de 2015.

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O Irão está novamente sob pressão com a reposição das sanções dos Estados Unidos. Com uma economia já debilitada e o aumento da contestação social a cercarem Hassan Rouhani, o presidente iraniano foi à televisão estatal denunciar o que diz ser uma "guerra psicológica".

Rouhani acusou ainda Donald Trump de virar as costas à diplomacia.

“Qual é o significado das negociações quando se impõem sanções ao mesmo tempo? É como alguém tirar uma faca para esfaquear um rival ou um inimigo no braço, ao mesmo tempo que afirma que "devíamos estar a conversar, a negociar". Neste caso, a resposta seria dizer "retire a faca do braço, afaste a faca", declarou.

O aviso da Casa Branca

As sanções são o mais recente passo de Washington no 'divórcio' do acordo nuclear de 2015 com o Irão e assinado ainda por Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha.

Em maio, Donald Trump assinou a retirada dos Estados Unidos do acordo, por considerar que o documento não travou as ambições nucleares e a política externa agressiva de Teerão no Médio Oriente. Esta segunda-feira, o líder da Casa Branca anunciou o regresso das sanções sobre o regime iraniano.

Num comunicado da administração norte-americana, os EUA deixaram um apelo internacional: "Instamos todas as nações a tomar medidas que deixem claro que o regime iraniano enfrenta uma escolha: ou mudar o seu comportamento ameaçador, desestabilizador e a reintegrar-se na economia global, ou continuar num caminho de isolamento económico”.

O Presidente norte-americano advertiu igualmente que aqueles que não abandonarem os respetivos laços económicos com o Irão “correm o risco de sofrer severas consequências” à luz das sanções agora repostas, sem deixar de reiterar a sua disponibilidade de firmar um novo acordo, “mais amplo”, com o Irão.

Israel 'pisca o olho' à Europa

Quem não perdeu tempo a aplaudir a reposição das sanções americanas foi Benjamin Netanyahu. O primeiro-ministro israelita elogiou a decisão da Casa Branca e pediu aos parceiros europeus para adotarem a mesma atitude contra o Irão.

"Este é um momento importante para Israel, para os Estados Unidos, para a região e para todo o mundo. Traduz a determinação de parar a agressão regional do Irão e também os seus planos para obter armas nucleares. Peço aos países europeus, que falam sobre conter o Irão, para se juntarem a este movimento. É hora de parar de falar. É hora de agir. É exatamente isso que os Estados Unidos fizeram e é isso que a Europa deve fazer", frisou.

Um recado claro para a líder da política externa da União Europeia, Federica Mogherini, e para os ministros dos negócios estrangeiros dos países membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas e da Alemanha.

No entanto, estes representantes defendem o acordo e garantiram que vão manter os laços financeiros e comerciais. Bruxelas foi mesmo mais longe e já criou legislação que protege as empresas europeias das medidas americanas.

Contudo, algumas multinacionais europeias, como a Peugeot e a Total, estão em vias de abandonar o Irão face ao risco de manter as suas atividades perante as novas sanções.

Rouhani assegura que o Irão não está isolado internacionalmente. O espaço agora vazio na economia iraniana poderá ser aproveitado por Rússia, China, Índia ou Turquia.

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