A luta pela recuperação depois do resgate na Grécia

A luta pela recuperação depois do resgate na Grécia
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De  António Oliveira e Silva e Foteini Doulgkeri
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Em Atenas, a Euronews falou com vários empresários sobre o futuro de uma economia ainda muito fragilizada.

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Tal como em Portugal, as pequenas e médias empresas são uma das bases da economia grega e, tal como em Portugal os pequenos empresários gregos pagaram caro a fatura da crise económica e financeira.

O resgate obrigou ao fecho de mais de 240 mil empresas. Mais de 900 mil pessoas ficaram desempregadas. O setor da construção foi dos mais atingidos. Entre 2008 e 2014 cerca de 150 mil pessoas perderam o emprego.

Christos Lousis tem uma vidraceira em Atenas. Contou à Euronews que os últimos anos foram difíceis.

"Em dois mil e dezassete, vi-me na difícil posição de ter de despedir 22 pessoas das 26 que trabalhavam comigo. Pode entender que, nessa altura, nem eu nem outros empresários como eu cometemos suicídio porque algo nos impediu. Acho que foi o facto de termos filhos."

Christos diz que a crise lhe custou cerca de um milhão e meio de euros. A recuperação económica da Grécia, explica à Euronews, está por chegar:

"O meu negócio ainda não recuperou dessa época e continuo numa lógica de sobrevivência, até porque tenho duas crianças para sustentar."

Há quem veja a crise de forma diferente. Nikos Kouris desenvolveu um negócio com produtos gastronómicos gregos. Começou na internet e a verdade é que o negócio tem crescido. Para além da Europa, tem clientes na América do Norte.

Para Nikos, a crise serviu também para fazer mudanças:

"Enfrentamos todas as dificuldades que se relacionam com a aplicação de uma política de impostos muito estrita. Mas também tirámos algum proveito da crise, por exemplo, ao podermos reduzir o custo do trabalho," explica.

"É importante que o Governo aplique medidas para lutar contra o desemprego para que as famílias tenham mais rendimento e para esse rendimento ser gasto em consumo. É importante criar canais de investimento para os negócios e que sejam feitos esforços sérios da parte do Estado e dos bancos."

Mudanças, reformas, transformação do sistema fiscal e um mercado laboral mais flexível. Para a Grécia do investimento, são elementos fundamentais para dar a volta à crise. É o que diz o presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Atenas, Kostas Michalos:

"Simplificar processos e reduzir a complexidade da burocracia, mudar o sistema de impostos e avançar com o program a de privatizações para enviar um sinal positivo aos investidores e encorajá-los a voltar à Grécia. Se não formos prudentes, se não apostarmos no consenso e na cooperação, temo que daremos um passo adiante e três passos atrás."

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