O "mundo obscuro" dos Vistos Gold

O "mundo obscuro" dos Vistos Gold
De  Ricardo Borges de Carvalho
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

Relatório do Consórcio Global Anticorrupção revela que países da União Europeia já ganharam mais de 25 mil milhões de euros com a vendas destes vistos. Portugal é dos que mais tem beneficiado.

PUBLICIDADE

Portugal é um dos países da União Europeia que mais dinheiro tem ganho com a venda de Vistos Gold. São cerca de 670 milhões de euros, em média, por ano.

Esta quarta-feira foi apresentado, em Bruxelas, um relatório do Consórcio Global Anticorrupção com alguns dados sobre este mundo obscuro, como adianta Laure Brillaud, da Transparência Internacional.

"Temos quatro países a vender cidadania, 12 a vender autorizações de residência e mais de 25 mil milhões de euros investidos na última década na União Europeia".

Uma das vozes mais criticas aos vistos Gold é a da portuguesa Ana Gomes que diz que a União Europeia devia simplesmente proibir a venda de vistos Gold. A eurodeputada explica que "estão a dar vias rápidas aos migrantes ricos que frequentemente são cleptocratas, criminosos, fazem lavagem de dinheiro. É um tremendo risco de segurança para a União Europeia e para o sistema Schengen. É a prostituição do sistema Schengen."

Através do esquema dos vistos Gold, mais de 100 mil pessoas conseguiram autorização de residência ou cidadania num estado membro. O eurodeputado húngaro Benedek Jávor diz que o país perdeu cerca de 70 milhões de euros para "deixar entrar pessoas questionáveis no programa de residência na Hungria e na Europa, incluindo, talvez, espiões russos."

Obter um visto Gold na Grécia ou Letónia, e a consequente livre circulação no espaço Shengen, implica um investimento de 250 mil euros. Já tornar-se cidadão de Malta pode custar dois milhões de euros.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Reação mista ao fim dos vistos Gold em Portugal

Marisa Matias: Portugal devia acabar com os vistos "gold"

Sondagem: Apoio dos cidadãos europeus à Ucrânia continua elevado