"Brexit" preocupa transportadoras de mercadorias

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A indústria quer um comércio sem atritos pós-Brexit e que a possibilidade de um "não acordo" seja eliminada.

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Na autoestrada M25, que circunda Londres, o camionista Tim Drury prepara-se para passar a noite numa das áreas de serviço. Habituado a viajar por toda a Europa, Tim é uma peça crucial na engrenagem da rede que fornece a Grã-Bretanha.

Prevê-se que o setor vá enfrentar sérias dificuldades, caso ocorra um "Brexit" sem o acordo com a União Europeia, no entanto o camionista está otimista.

"Se sairmos sem um acordo, a comunidade europeia vai querer resolver os problemas que surgirem muito rapidamente pois isso afeta-os tanto como a nós. É isso que não devemos esquecer", afirma Drury.

O transporte de mercadorias é um negócio que está em constante movimento, tendo por base a entrega nos prazos estipulados.

O repórter da euronews, Damon Embling, conta que "o interessante, ao falar com os motoristas nesta movimentada zona de paragem de camiões, onde cerca de 150 pessoas dormem todas as noites, é que muitos, cujos empregos levam-nos a percorrer toda a Europa, apoiam fortemente o Brexit - independentemente de haver ou não acordo. Contudo, por todo o setor há uma preocupação de que mais controlos nas fronteiras atrasem os camiões, atrasem as entregas - e que isso prejudique os negócios, caso a Grã-Bretanha abandone a União Europeia".

Tomemos a indústria automóvel britânica, como exemplo.

A maioria (80%) dos carros produzidos no Reino Unido é exportada para a União Europeia.

A Grã-Bretanha importa milhões de libras em peças, todos os dias, da União, para ajudar a fabricá-los.

A indústria quer um comércio sem atritos pós-Brexit e que a possibilidade de um "não acordo" seja eliminada.

De volta à paragem de camiões, o "Brexit" é tema de conversa durante os jantares

David Gray é um motorista da Inglaterra...

Filipe Silva é de Portugal e está no Reino Unido pela primeira vez...

"Por que é que querem o Brexit?", questiona o português.

O britânico responde que "a Inglaterra tem demasiadas pessoas, por isso é que surgiu o Brexit. Poderia atrapalhar muitos negócios, dificultar a contratação de funcionários, médicos, enfermeiros, motoristas de camiões, como nós. Em todo o caso, creio que há demasiadas pessoas neste país. "

Filipe Silva acredita que que seria melhor encontrar uma solução, ficar na União Europeia" e questiona se o bloco europeu continuará a negociar com o Reino Unido.

"No final das contas, queremos fazer negócios com a Europa e a Europa quer fazer negócios connosco. Se o Governo se unir e fizer as coisas bem, não há razão para que não possamos fazê-lo", acredita Gray.

O Governo britânico diz que um "Brexit" sem um acordo é improvável - e está a tomar medidas para garantir o mínimo de interrupções, independentemente do resultado.

Isso inclui alocar milhões de libras na capacidade de transporte.

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A indústria de transporte de mercadorias da Grã-Bretanha aguarda, agora, pelo resultado da votação, que terá lugar na próxima semana, no Parlamento.

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