Pesca britãnica expectante sobre impacto iminente do Brexit

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De  João Paulo GodinhoDamon Embling
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Setor é maioritariamente favorável à saída da União Europeia, mas há muitas dúvidas sobre a forma como o processo está a ser conduzido e as perspetivas de futuro.

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Ao largo da costa oeste da Escócia, a ilha de Islay é um território rico para a pesca. Uma garantia de emprego, rendimentos para as famílias e ajuda a manter viva a economia da ilha.

A Islay Crab Exports é uma empresa familiar - exporta caranguejos, lagostas, vieiras e búzios. A grande maioria vai para outros países da União Europeia e o Brexit pesa cada vez mais nas mentes da administração, que apresentam receitas de quase sete milhões de euros por ano.

“A maioria das nossas vendas vai para França, Espanha e Portugal, pelo que uma grande parte dos nossos negócios é feita com esses países. E todos os nossos trabalhadores são provenientes da Roménia e da Bulgária, por isso o Brexit vai ter um impacto enorme na nossa empresa”, afirma Fiona McFarlane, responsável de exportações da Islay Crab, à euronews.

Nos termos da Política Comum das Pescas da União Europeia, todas as frotas de pesca europeias têm acesso igual às águas da UE. Algo que se tornou um campo de batalha no Brexit.

A indústria de pesca da Grã-Bretanha em geral apoia o Brexit há muito tempo, com vozes a exigir que o Reino Unido retome o controlo das suas águas. A ideia é que, no futuro, depois do Brexit, as embarcações estrangeiras ainda possam pescar em lugares como a Escócia, mas com o Reino Unido a decidir o acesso.

Na Escócia diz-se que 60 por cento do que seria peixe escocês é atualmente capturado por outras nações da União Europeia. Mas, para manter as exportações para o continente no futuro sem problemas, restringir outros barcos europeus pode ser um tiro no pé. E o cenário de um não acordo pode ser devastador.

"Tenho a certeza de que haverá um custo extra considerável para nós. Haverá atrasos com o transporte, com todos os controlos alfandegários, muita documentação extra, certificados de impostos, todo o tipo de coisas”, disse Fiona McFarlane.

Para Gabriel Ilkov, um dos funcionários búlgaros da empresa eque todos os meses envia dinheiro para casa, muita coisa depende do Brexit.

“Se eles saírem, espero que mantenhamos o nosso trabalho aqui, que eles nos deixem ficar. Estamos aqui porque a Bulgária não tem muito trabalho para nós. O ordenado não é tão bom. E para jovens como eu, é difícil formar uma família”, referiu.

O Brexit pode ser a lotaria ou a ruína da indústria pesqueira aqui na Escócia e no resto do Reino Unido. Uma indústria que representa muito para comunidades como Islay.

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