Mais de 113 milhões de pessoas passam fome no mundo

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Direitos de autor  REUTERS/Mike Hutchings
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De  Isabel Marques da Silva
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Mais de 113 milhões de pessoas passam fome no mundo

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Após a passagem do ciclone Idai, Moçambique é mais um cenário para as operações de socorro do Programa Alimentar Mundial (PAM). A agência pretende ajudar 1,7 milhão de pessoas nos próximos meses.

O diretor do PAM, David Beasley, visitou o país na semana passada e deu o seu testemunho à Comissão Europeia, em Bruxelas, terça-feira, onde também apresentou o Relatório Global 2019 sobre Crise Alimentar.

"Qualquer plantação agrícola está agora podre, destruída. Testemunhei isso em primeira mão, pelo que a insegurança alimentar vai prolongar-se por algum tempo. Este não vai ser um problema de três meses, será preciso, pelo menos, um ano para a recuperação. Pode debater-se o que está a causar as alterações climáticas, mas não se pode debater o impacto atual do fenómenos climáticos extremos”, disse Beasley, em entrevista à euronews.

Regiões e causas

A maioria dos 113 milhões de pessoas com fome aguda no mundo vive em apenas cinco países de África (República Democrática do Congo, Etiópia, Sudão, Sudão do Sul e Nigéria).

Mas o topo da lista é ocupado pelo Iémen, e o Afeganistão e a Síria também figuram entre as oito maiores crises, fazendo da Ásia Ocidental/Médio Oriente a segunda região do mundo mais afetada.

De acordo com o estudo, as principais causas das crises alimentares são:

  • Conflitos, afetando 74 milhões de pessoas
  • Eventos climáticos, com impacto em 29 milhões de pessoas
  • Choques económicos, que afetaram 10 milhões de pessoas

Esta agência da ONU diz que a comunidade internacional deve intensificar os esforços para acabar com os conflitos, empoderar as mulheres e melhorar as infra-estruturas rurais.

Mais ajuda humanitária deve fazer parte da política gerir a migração, alerta David Beasley.

"É preciso acordar! Se não resolvermos as causas destes problemas, o preço a pagar vai ser o dobro. Os números deste delatório não incluem Moçambique, Venezuela ou Coreia do Norte. Estimamos que em 2019, se as coisas continuarem a este ritmo, os números v´ão ser substancialmente piores do que os que temos agora", concluiu.

Para as vítimas do ciclone em Moçambique, Malawi e Zimbabué, o PAM precisa de 174 milhões de dólares, para os próximos três meses. Até agora, só recebeu doações e promessas de 25 milhões.

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