"Breves de Bruxelas": Será que o método do cabeça-de- lista está condenado?

"Breves de Bruxelas": Será que o método do cabeça-de- lista está condenado?
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De  Joao Duarte Ferreira
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Falamos ainda de um ataque informático ocorrido na Bulgária e de uma vitória para a Bayer no caso do glifosato

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Assumir a liderança da Comissão Europeia devia ser um processo escorreito.

O chamado método do "Spitzenkandidaten", ou cabeça-de-lista, implica a escolha de um candidato principal por cada família política. 

O partido com mais votos nas eleições europeias obteria assim o cargo mais alto da União Europeia. Pelo menos foi isto que aconteceu em 2014 quando Jean-Claude Juncker foi eleito.

A ideia era promover um processo democrático mas no caso de Ursula von der Leyen este processo foi colocado de lado.

Será que este sistema do cabeça-de-lista está condenado?

"Não penso que o sistema do cabeça de lista esteja morto, pelo contrário. Estamos finalmente a falar sobre a necessidade de necessidade de criar uma ligação entre os votos dos cidadões e a cor política da Comissão Europeia", afirma o professor de direito europeu, Alberto Alemanno.

Mas tudo isto custa dinheiro.

Fomos consultar os números fornecidos pelo parlamento europeu e vários agrupamentos políticos.

Um dos custos mais elevados para o parlamento europeu foi a organização do debate transmitido na eurovisão e no qual os candidatos participaram.

Os custos ultrapassaram mais de um milhão de euros que inclui o equipmento audiovisual, iluminação e operadores técnicos. Tudo isto foi depois aproveitado para a noite eleitoral.

Cerca de 360 mil euros foram gastos pelo parlamento em material promocional.

O grupo com o maior número de deputados, o PPE, que deveria ter o seu cabeça de lista Manfred Weber como presidente da Comissão Europeia, gastou uns estimados 5,5 milhões de euros na campanha.

Os socialistas e democratas gastaram um pouco menos de dois milhões de euros e os liberais afirmam que gastaram apenas 250 mil euros

Apesar de aparentar ser um despedício de fundos, o professor de direito europeu Alberto Alemanno afirma que se trata de algo difícil de quantificar.

"Penso que o custo das eleições europeias é bastante baixo em comparação com outras jurisdições, em primeiro lugar as eleições nacionais, para não mencionar os Estados Unidos... Apesar do eleitorado nem sempre estar ao corrente dos candidatos, e mesmo não saber as regras do jogo, o facto de existirem estes candidatos é algo positivo proque aumentou a cobertura mediática e deu um toque humano à União Europeia do futuro", defende o académico.

Como termo de comparação é importante referir que as eleições europeias têm custos muito baixos em comparação com as eleições legislativas em muitos países. 

No caso português, em 2015, o Estado e os partidos gastaram mais de 19 milhões de euros na organização deste exercício democrático.

Este é o tema de abertura do programa "Breves de Bruxelas", que passa em revista a atualidade diária na Europa. Em destaque estão, também, as seguintes notícias:

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- A Bulgária foi alvo de um enorme ataque de pirataria informática.

Segundo o governo, milhões de dados pessoais e financeiros foram roubados dos serviços tributários do país.

Equipas de especialistas estão a investigar o ataque que tudo sugere teria vindo do exterior;

- O gigante alemão da indústria química Bayer obteve uma vitória significativa no processo jurídico que envolve a controversa substância, glifosato.

Um juíz norte-americano reduziu a indemnização devida pela Bayer a um indíviduo da Califórnia. 

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O montante inicial de 70 milhões de euros foi reduzido para 22 milhões.

O indivíduo em causa responsabilizou o herbicida Roundup que contém glifosato pelo cancro de que sofre.

A Bayer descreveu a decisão como um passo na direção certa.

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