Grécia: O que está em jogo nestas eleições para gregos e europeus

Grécia: O que está em jogo nestas eleições para gregos e europeus
De  Francisco Marques com Chris Burns
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Os gregos são chamados às urnas este domingo (25 de janeiro) para elegerem um novo Governo. A União Europeia (UE) está em suspenso com o que poderá resultar do escrutínio helénico. O partido de extrema-esquerda Syriza, que em maio passado já venceu as europeias, segue à frente nas sondagens.

A força politica liderada por Alexis Tsipras ganhou popularidade pela constante oposição às medidas de austeridade impostas pela “troika” – Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e UE – à Grécia e, em maio passado, já conquistou a vitória nas europeias.

Estas legislativas antecipadas precipitaram-se depois de o Parlamento de Atenas, então liderado pela coligação Nova Democracia-PASOK encabeçada pelo primeiro-ministro Antonis Samaras, ter falhado a eleição de Stavros Dimas para novo Presidente do país.

Na terceira volta da votação parlamentar, o único candidato presidencial não foi além dos mesmos 168 votos da segunda quando precisava do apoio de pelo menos 180 deputados (teve na 160 na primeira ronda). Sem conseguir o Presidente, o Parlamento foi dissolvido e marcada para o próximo domingo a ida dos gregos às urnas para escolher um novo Governo.

Perante as incertezas que se colocam à Grécia, neste momento, e por arrasto ao euro e a toda a União Europeia, o magazine da euronews *The Network” (“A Rede”) convidou para um debate sobre estas legislativas gregas Dimitrios Papadimoulis, vice-presidente do Parlamento Europeu e membro do Syriza; Guy Verhofstadt, presidente dos Liberais e Democratas também no Parlamento Europeu e antigo primeiro ministro belga; e ainda Zsolt Darvas, membro destacado da conceituada consultora Bruegel, sediada em Bruxelas. Tudo numa semana em que a delegação da euronews em Atenas se tem desdobrado em rubricas especiais em torno das eleições.

Papadimoulis garante que o Syriza não vai cortar os laços da Grécia com a União Europeia, garantiu-nos que o partido está “prontos para conversar, negociar e encontrar uma solução de compromisso baseada, por exemplo, nas propostas da Bruegel”. “A nossa prioridade é retomar o crescimento”, garantiu o vice-presidente do Parlamento Europeu.

Zsol Darvas, pela consultora, antevê “negociações duras” entre os dois maiores partidos e a “troika” e admite poder surgir uma terceira via no horizonte grego com uma surpresa chamada To Potámi (“O Rio”), o partido que defende, tal como a Bruegel, o “prolongamento da maturidade dos empréstimos” e que tem vindo a subir nas sondagens.

Guy Verhofstadt revela receio pelas ondas de choque que o resultado destas legislativas gregas podem provocar junto do euro e de toda a UE, considerando a situação perigosa quando confrontado com a reação, por exemplo, de Itália, França e Portugal a uma eventual uma folga da “troika” à Grécia.

O eurodeputado dos Liberais e Democratas falou do programa europeu de estímulo à inovação Horizonte 2020, que prevê o investimento de perto de 80 mil milhões de euros em sete anos em novos projetos e o qual vai ajudar pelo menos seis pequenas e médias empresas portuguesas entre quase 120 entre os “28.”

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