Teimosia da Grécia testada em mais um Eurogrupo

Atenas pretende um acordo de transição para um novo programa de resgate, comprometendo-se com reformas distintas das ditadas pela troika, mas ainda não convenceu os parceiros.
Aparentemente, o governo grego não quer mudar de posição. Não é uma questão de negociar, mas de decidir.
À chegada para a reunião do Eurogrupo, esta segunda-feira, em Bruxelas, o ministro das Finanças da Alemanha mostrou-se cansado da teimosia do novo governo grego.
“O que ouvi até agora não tem realmente ajudado a sermos mais otimistas! Aparentemente, o governo grego não quer mudar de posição. Não é uma questão de negociar, mas de decidir. A Grécia tem de decidir o que realmente quer, qual é o seu caminho e como pretende recuperar a confiança dos mercados. Neste momento não vemos nada disso!”, disse Wolfgang Schäuble.
O governo grego quer, ainda, renegociar o pagamento da dívida que já acumulou para obter algum fôlego, mas esta exigência também não é aceite. A atual assistência à Grécia termina a 28 de fevereiro.
O vice-presidente da Comissão Europeia com o pelouro do Euro e Diálogo Social, Valdis Dombrovskis, afirmou que “estamos dispostos a dialogar de forma construtiva com as autoridades gregas para encontrar uma solução, mas é muito claro que na base da negociação está o cumprimento pelas partes dos compromissos já assumidos!”.
“Do ponto de vista da Comissão, a forma mais realista de avançar é através da extensão do programa existente, o que permite mais tempo para negociar o acordo final”, concluiu Valdis Dombrovskis.
A correspondente da euronews em Bruxelas, Efi Koutsokosta, acrescenta que “esta reunião começou com baixas expetativas, confirmadas por vários ministros das Finanças europeus à chegada para o Conselho. A divergência entre a Grécia e os parceiros é tão grande que é provável que se convoque outra reunião do Eurogrupo ainda esta semana”.
Bem mais pacífico será o ponto da agenda relativo a Portugal, sendo de esperar uma decisão política favorável ao plano português de reembolso antecipado ao Fundo Monetário Internacional de parte do empréstimo concedido por esta entidade da troika (que inclui ainda a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu).