Bruxelas tenta acalmar Atenas, Madrid e Lisboa

A Comissão Europeia tenta pôr água na fervura depois de Atenas apontar o dedo a Madrid e Lisboa. O colégio de Bruxelas recordou o seu papel de mediador e apelou à unidade na zona euro.
Não somos responsáveis pela frustração que a esquerda radical grega gerou
Alexis Tsipras acusou os países ibéricos de tentarem sabotar o acordo do Eurogrupo por razões eleitorais. “Fomos confrontados por um eixo de poder, com objetivos políticos claros, liderado pelos governos de Espanha e Portugal” – declarou o primeiro-ministro grego, no sábado.
O chefe do governo português, Pedro Passos Coelho, afirmou esta segunda-feira que não fez queixa de Tsipras a Bruxelas, apenas manifestou a sua “perplexidade”.
Já o homólogo espanhol, Mariano Rajoy, foi mais duro na resposta. Afinal, no país o bipartidarismo está em risco e até às legislativas no final do ano há mais três escrutínios. “Não somos responsáveis pela frustração que a esquerda radical grega gerou ao prometer aos gregos aquilo que sabia que não podia cumprir, como agora ficou demonstrado” – afirmou o primeiro-ministro de Madrid durante uma ação de campanha para as eleições regionais na Andaluzia.
Berlim colocou-se, entretanto, ao lado dos países ibéricos. Para o governo alemão, as palavras de Tsipras são “uma falha muito pouco habitual segundo os critérios europeus”.